Brasil, 20 de outubro de 2025
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Influenciador denuncia uso de plástico em glitter alimentício no Brasil

Denúncia sobre glitter comestível revela uso de plástico, levantando preocupações sobre saúde e regulamentação no Brasil.

O influenciador Dario Centurione, do perfil Almanaque SOS, trouxe à tona uma grave preocupação nesta segunda-feira (20): o uso de plástico em glitter comercializado como comestível no Brasil. Em um vídeo impactante nas redes sociais, ele alertou que o produto contém polipropileno (PP) micronizado, um material amplamente utilizado em embalagens, mas que é proibido como ingrediente em alimentos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A denúncia que ganhou repercussão

A inquietação de Centurione surgiu após uma visita a uma padaria que utilizava esse glitter em cupcakes e doces. O influenciador relatou que a equipe da padaria acreditava que o produto era seguro para consumo, mesmo com a indicação de que ele continha plástico. “Tem alimento no Brasil sendo vendido cujo o ingrediente é apenas plástico. Vamos conversar?”, declarou ele, chamando atenção para a gravidade da situação.

No vídeo, Centurione mostrou a embalagem do glitter e leu em voz alta os ingredientes. “Ingrediente PP micronizado. O PP é atóxico, ou seja, pode estar na embalagem, mas ele não é comestível, você não vai comer a embalagem”, explicou, ressaltando que, embora o produto seja vendido como decorativo, ele é frequentemente utilizado em comidas consumidas pelo público.

Repercussão e busca por respostas

O influenciador informou que entrou em contato com a Anvisa para esclarecer a situação. “Eu já conversei com a Anvisa vai fazer uma semana já. Alguma coisa tá acontecendo, eles tão analisando, eu não posso falar o que tá rolando na Anvisa porque eles não responderam pra gente”, afirmou. O iG também tentou contato com a agência e com a Assessoria do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (ASNVS), mas, até o momento, não obteve respostas sobre a denúncia.

Durante a pesquisa sobre o tema, a redação do iG encontrou algumas marcas de glitter alimentício que apresentavam embalagens semelhantes às que Centurione mostrou, com o polipropileno listado como o único ingrediente. Além disso, notou-se que alguns sites não disponibilizam informações detalhadas sobre os ingredientes dos produtos.

Polipropileno e regulamentação da Anvisa

O polipropileno (PP) é um termoplástico amplamente utilizado em embalagens, potes de alimentos e utensílios domésticos. Embora seja resistente ao calor, atóxico e livre de BPA, o PP só pode ser utilizado em contato indireto com alimentos, conforme estabelecido pela Resolução RDC 326/2019 da Anvisa, que lista aditivos e polímeros aprovados para este tipo de interação. No entanto, a utilização do plástico como ingrediente de alimentos permanece proibida.

A Anvisa exige que as empresas notifiquem o uso de polímeros recicláveis, como o PET, e que comprovem a conformidade com os limites de segurança. Os produtos que utilizam PP fora das normas estabelecidas podem ser considerados irregulares e representar riscos à saúde dos consumidores.

Em seu vídeo, Centurione destacou a curiosa relação entre os bolos decorados e o uso de um produto não comestível. “O glitter comestível é vendido como comestível, só que ele é de plástico”, reforçou, apontando que muitos funcionários de padarias acreditam estar oferecendo produtos seguros, sem saber que o brilho decorativo não deve ser ingerido. “Revolta das tartarugas“, disse, alertando sobre os impactos ambientais e as consequências da saúde pública.

Demandas por regulamentação mais rigorosa

Centurione concluiu o seu vídeo pedindo ações mais rigorosas por parte das autoridades. “Não é culpa de quem vende, mas de quem libera. Isso aqui está sendo vendido como comestível, mas é plástico”, enfatizou, aprofundando a discussão sobre a necessidade de uma fiscalização mais efetiva em produtos destinados ao consumo alimentar.

A situação destacada pelo influenciador levanta questões importantes sobre a transparência e a segurança alimentar no Brasil, e reforça a necessidade de uma maior vigilância sobre produtos que envolvem a saúde da população.

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