Brasil, 20 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Febraban aponta disparidade na carga tributária entre bancos e fintechs

Estudo da Febraban revela que bancos pagam até 11 pontos percentuais a mais de CSLL do que fintechs, gerando desequilíbrio na concorrência

Após a derrota do governo na votação da MP 1303, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) divulgou um estudo nesta segunda-feira que aponta diferenças significativas na carga tributária entre bancos e fintechs, com os bancos contribuindo com as maiores alíquotas de CSLL. O documento reforça a necessidade de harmonizar a tributação para garantir igualdade de condições no setor financeiro.

Disparidade na carga tributária na avaliação da Febraban

De acordo com o levantamento, a carga nominal da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) varia de 5 a 11 pontos percentuais, sendo maior nos bancos. A entidade acredita que essa diferença constitui uma distorção grave que afeta a competitividade entre as instituições, especialmente em atividades semelhantes como meios de pagamento, crédito pessoal e operações digitais. Segundo a Febraban, “qualquer vantagem tributária para bancos ou fintechs é inaceitável”.

Detalhes das receitas e despesas das fintechs e bancos

O estudo revela que as fintechs apresentam uma receita de juros sobre a carteira de crédito quase triplicando a dos bancos, atingindo 22,9% contra 8,5%, em 2023. Além disso, a rentabilidade média das fintechs chega a 37%, enquanto no setor bancário é de 17,5%. As despesas administrativas, por sua vez, são R$ 2,8 bilhões nas fintechs e R$ 40 bilhões nos bancos, o que contribui para a maior margem de lucro das fintechs.

Alíquotas médias de IR/CSLL e a lucratividade

O estudo aponta que a alíquota média efetiva de IR/CSLL paga pelos bancos foi de 22,8% em 2024, próxima ao padrão regulatório. Nas fintechs, a média foi de 26,5%. A maior rentabilidade dessas empresas resulta em uma base de cálculo maior para tributação, o que eleva a alíquota efetiva. Para cada R$ 100 de receita, os bancos deixam R$ 7,60 de lucro para tributar, enquanto as fintechs têm R$ 16,60, mais do que o dobro.

Declarações de representantes do setor

Na semana passada, Roberto Campos Neto, vice-presidente do Nubank, afirmou em um videocast que as fintechs atualmente pagam mais tributos do que os bancos no Brasil. “Quando consideramos a taxa efetiva de imposto, as fintechs pagaram mais que os bancos grandes”, ressaltou. Ele destacou ainda que o objetivo das fintechs não é pagar menos, mas sim obter tratamento justo para poder competir em igualdade de condições.

Perspectivas para o setor financeiro

Segundo a pesquisa da entidade Zetta, que representa fintechs, em 2023 as fintechs tiveram uma taxa efetiva de impostos de 29,7%, enquanto a média dos bancos foi de apenas 12,2%, considerando IRPJ e CSLL. A evidência reforça o argumento de que a diferenciação na carga tributária prejudica a competitividade e fomenta distorções no mercado financeiro brasileiro.

Referência: Fonte original

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes