Brasil, 20 de outubro de 2025
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Autorização do Ibama para Petrobras na Foz do Amazonas gera polêmica

Decisão do Ibama para pesquisas de petróleo na Foz do Amazonas é celebrada por políticos, mas enfrenta forte resistência de ambientalistas.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), celebrou a decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), anunciada na última segunda-feira (20/10). O órgão autorizou a Petrobras a realizar pesquisas de petróleo na Foz do Amazonas, uma demanda antiga do senador amapaense. Alcolumbre afirmou, em comunicado à imprensa, que “o Brasil tem condições de explorar suas riquezas naturais de forma responsável”, destacando a importância do equilíbrio entre crescimento econômico e proteção ambiental.

A importância da licença do Ibama

A recente licença concedida ao Ibama permite a perfuração de um poço exploratório na região da chamada Margem Equatorial, que se estende da costa do Amapá até o Rio Grande do Norte. Essa área é considerada uma nova fronteira para exploração de petróleo e gás, composta por cinco bacias sedimentares: Potiguar, Ceará, Barreirinhas, Pará-Maranhão e Foz do Amazonas.

Embora a autorização se restrinja a atividades de pesquisa, sem previsão de produção comercial até o momento, a Petrobras planeja investir mais de US$ 3 bilhões na Margem Equatorial até 2028, com a projeção de perfurar até 16 poços na região. Essa estratégia busca potencializar a soberania energética nacional e garantir os benefícios econômicos para as comunidades locais.

Reações e críticas à autorização

Como esperado, a decisão não chegou sem controvérsias. Ambientalistas e organizações que defendem a conservação ambiental imediatamente manifestaram suas preocupações, alertando para os possíveis danos irreversíveis que a exploração de petróleo pode causar ao meio ambiente. Um dos pontos críticos é a proximidade da área de exploração com terras indígenas no Amapá, além da existência de um recife de corais de quase 10 mil km² na foz do Amazonas.

A análise da autorização foi feita em um momento sensível, a poucos dias da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30). Essas circunstâncias irritaram ainda mais os ambientalistas, que temem que a decisão do Ibama reflita uma prioridade econômica sobre a preservação ambiental.

Compromissos de segurança e contenção

Em defesa da licença, o Ibama destacou que as autorizações foram concedidas após um “rigoroso processo de licenciamento ambiental”, incluindo audiências públicas e reuniões técnicas com as comunidades locais e estaduais. O órgão afirmou ter realizado uma análise minuciosa dos possíveis impactos ambientais antes de tomada de decisão.

Além disso, a autorização ressalta o reforço nas medidas de contenção de potenciais vazamentos de óleo. Entre essas medidas, está prevista a construção de um novo Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) em Oiapoque (AP), que se juntará ao existente em Belém (PA). Esse Centro deverá operacionalizar novas embarcações offshore para atender a fauna em caso de emergência, além de embarcações de atendimento na costa.

Vozes a favor e contra a exploração

A discussão sobre a exploração de petróleo na Foz do Amazonas revela um profundo abismo entre as visões dos tomadores de decisão política e as de defensores ambientais. Davi Alcolumbre, que é um forte defensor do projeto, enfatizou a importância de explorar as riquezas naturais do Brasil de maneira responsável e sustentável. “A autorização do Ibama reafirma que é possível conciliar crescimento econômico e preservação ambiental”, declarou o presidente do Senado.

Por outro lado, a resistência à exploração dos recursos naturais na Foz do Amazonas permanece elevada. Muitos especialistas e ativistas temem que o investimento em petróleo possa comprometer o futuro ambiental da região e exacerbar as mudanças climáticas, um fenômeno que já se mostrou devastador para muitos ecossistemas ao redor do mundo.

À medida que o Brasil se prepara para uma nova era de exploração de suas bacias sedimentares, o equilíbrio entre crescimento econômico e proteção ambiental continua a ser um tema central na pauta pública e política do país.

A luta entre desenvolvimento e preservação está apenas começando, e a voz da sociedade civil será cada vez mais crucial nessa discussão que afetará não apenas o presente, mas o futuro das gerações seguintes.

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