O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece inclinado a tomar uma decisão rápida sobre o novo membro do Supremo Tribunal Federal (STF) que irá substituir Luís Roberto Barroso. Essa postura se distancia da lentidão observada em suas últimas duas escolhas para a Corte, que levaram 58 e 51 dias, respectivamente. Ao todo, Lula já indicou 11 ministros durante seus três mandatos, mas a urgência atual parece refletir a necessidade de evitar longos processos que podem exacerbar pressões políticas.
Aceleração na escolha do novo ministro do STF
De acordo com fontes próximas ao governo, a expectativa é de que o presidente tome uma decisão nos próximos dias, especialmente considerando que já se passaram dez dias desde que Barroso anunciou sua aposentadoria na última sexta-feira. Ao contrário do que ocorreu nas últimas nomeações, onde a confirmação foi longa, Lula deve optar por um candidato que não apenas reúna apoio político, mas também tenha uma relação próxima ao seu governo. O advogado-geral da União, Jorge Messias, aparece como um forte candidato devido à confiança que o presidente deposita nele.
Comparação com nomeações anteriores
O passado recente mostra que a agilidade nas escolhas nem sempre foi uma marca registrada das decisões de Lula. Na atual gestão, Flávio Dino e Cristiano Zanin foram os que mais esperaram por suas nomeações, o que gerou críticas e especulação sobre a ineficiência da administração em tratar de questões burocráticas. Além deles, Cármen Lúcia também demorou 42 dias, enquanto a maioria dos outros ministros foram indicados em menos de 20 dias.
Processo de sabatina no Senado
Após a indicação do presidente, o candidato precisa passar pela sabatina no Senado, uma etapa crucial que envolve questionamentos sobre sua capacidade de exercer a função e as opiniões sobre questões polêmicas. Historicamente, a Casa tem mantido um controle rigoroso sobre as nomeações, tendo barrado apenas três indicações desde 1894. Entretanto, para Barata Ribeiro, foi uma situação curiosa ao se tornar ministro antes mesmo da aprovação, apenas para ser vetado posteriormente.
Fatores que influenciam a escolha
Em Brasília, as conversas revelam que a celeridade na escolha serve para evitar um “novela” em torno da sucessão de Barroso. Além de Messias, outros nomes estão sendo cogitados, como o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas. Ambos possuem forte apoio no cenário político e no Judiciário, mas a proximidade de Lula com Messias pode ser um fator decisivo nessa escolha.
Historicamente, Lula tem demonstrado preferência por juristas com quem mantém um canal aberto, como foi o caso de Dino e Zanin. Essa estratégia reforça a ideia de que um novo ministro do STF pode trazer não apenas competência técnica, mas também alinhamento político nos momentos decisivos, especialmente com a proximidade das eleições de 2026.
Assim, a expectativa é que Lula faça a escolha de forma rápida e assertiva, evitando que a continuidade do Supremo seja afetada por demoras que poderiam causar instabilidade no cenário político. Em tempos de tensão política e social, com a atenção constantemente voltada para decisões judiciais, a escolha do novo ministro torna-se ainda mais crucial para o governo e para a estabilidade da Corte.
Na atual conjuntura, a agilidade na nomeação poderá ser vista como uma ação proativa do governo em reconduzir a confiança pública e acelerar a resposta às demandas judiciais e sociais, preparando o caminho para um mandato que busque harmonia entre os poderes Executivo e Judiciário.