A Polícia Civil de São Paulo está mobilizada para investigar o caso de Ana Paula Veloso Fernandes, uma estudante de direito de 36 anos, acusada de ser uma “serial killer” responsável pela morte de pelo menos quatro pessoas, incluindo seu namorado, Hayder Mhazres, de 21 anos. O crime teria ocorrido entre janeiro e maio de 2023, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, com a suspeita de que a estudante utilizou venenos em comidas e bebidas oferecidas às vítimas.
A exumação do corpo de Hayder Mhazres
O caso ganhou novos desdobramentos com o pedido da polícia para a exumação do corpo de Hayder, que foi enterrado na Tunísia pela família. A motivação por trás deste pedido é confirmar se ele foi de fato envenenado. Segundo informações, Hayder faleceu em maio, após consumir um milkshake que havia sido comprado por Ana Paula. Apesar de ter sido levado ao hospital, ele não resistiu. No entanto, o corpo foi enterrado sem a realização de exames que pudessem indicar a causa da morte.
A exumação, que depende da cooperação internacional e do consentimento da família tunisiana, foi inicialmente resistente à ideia devido a questões pessoais e religiosas. Entretanto, com o diálogo e esclarecimento proporcionados pela polícia, a família agora parece estar mais receptiva. “A primeira parte era a autorização da família, que, por questões pessoais e religiosas, estavam reticentes com relação à possibilidade de exumação”, explicou o delegado Halisson Ideiao Leite, responsável pela investigação.
Investigação das outras mortes
Além do caso de Hayder, Ana Paula Veloso está sob investigação por outros três homicídios: Marcelo Hari Fonseca e Maria Aparecida Rodrigues em Guarulhos, e Neil Corrêa da Silva em Duque de Caxias. A polícia acredita que as motivações para os crimes foram financeiras, patrimoniais e de vingança, sendo que a estudante confessou sua participação na morte de dois deles. No entanto, ela nega a responsabilidade nas mortes de Hayder e Maria.
Um elemento que chamou a atenção dos investigadores é o fato de Ana Paula ter se comunicado com as autoridades após todas as quatro mortes, despertando suspeitas sobre suas intenções. Durante as apurações, vestígios de “chumbinho” — um tipo de veneno — foram encontrados em um frasco em sua casa em Guarulhos, levando a polícia a acreditar que Ana Paula contou com a ajuda de outras pessoas para cometer os crimes. Sua irmã gêmea, Roberta Cristina Veloso Fernandes, foi presa em agosto, assim como Michelle Paiva da Silva, filha de uma das vítimas, que estaria envolvida no esquema.
A morte de animais e outras investigações
Outro aspecto aterrador deste caso é a apuração sobre a morte de ao menos 14 cães, com a suspeita de que Ana Paula também estivesse envolvida. Em um interrogatório, ela admitiu ter envenenado alguns dos animais com “chumbinho”, mas não especificou o número de cães vitimados. Caso as suspeitas sejam confirmadas, Ana Paula e sua irmã poderão ser acusadas de maus-tratos a animais.
As implicações deste caso são profundas e geram preocupação não apenas em relação às vítimas humanas, mas também à crueldade relacionada aos animais, lembrando a sociedade da importância de buscar justiça e compreensão sobre os motivadores por trás de comportamentos tão extremos.
Com o andamento do processo, aguarda-se a decisão quanto à exumação do corpo de Hayder, que pode trazer novas evidências à tona e elucidar um dos casos de crimes mais chocantes do Brasil nos últimos tempos. A comunidade e as autoridades permanecem alertas enquanto as investigações prosseguem.
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