Brasil, 19 de outubro de 2025
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Divisão na direita dificulta anúncio de candidato em 2026

A disputa interna na direita e as pressões do Centrão estão afetando a escolha do candidato à Presidência para 2026.

A divisão entre os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e aqueles alinhados ao Centrão tem dificultado o anúncio do candidato que irá enfrentar Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2026. Apesar das pressões para acelerar a escolha, o cenário político continua conturbado, especialmente em relação ao projeto de redução de penas para os envolvidos em atos antidemocráticos.

A pressão do Centrão por uma nova liderança

A cúpula dos partidos do Centrão, que busca uma “virada de página”, defende a votação rápida do texto da dosimetria, que pode beneficiar Bolsonaro, como uma forma de unificar a direita. A ausência de uma decisão clara tem gerado incertezas, já que bolsonaristas continuam a utilizar a bandeira da anistia como um meio de adiar o apoio a um novo candidato até que a situação se torne mais favorável para o ex-presidente. A União Brasil e o PP, que formaram uma federação, estão na vanguarda dessa pressão.

Os principais nomes que surgem como possíveis candidatos são o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). A articulação para definir um nome que possa unir a direita é essencial, já que a oposição está se reorganizando e Lula, por sua vez, recuperou a sua popularidade, conforme indicam as pesquisas.

Articulações políticas e descontentamento interno

Gilberto Kassab, presidente do PSD, chamou Tarcísio de “a cereja do bolo da renovação política”, destacando sua importância na nova fase política. No entanto, a pressão do Centrão se intensifica, e há um senso de urgência para que o apoio a um novo candidato seja fechado ainda este ano. A impasse sobre a dosimetria está travado no Congresso, e líderes sentiram que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, não está disposto a avançar com a proposta apresentada.

Apesar das tentativas, as discussões sobre um acordo que favoreça a redução de penas enfrentam resistência. O relator do projeto, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), está em conversas com a oposição, buscando uma versão que possa captar o apoio dos bolsonaristas. Entretanto, esse processo revela a fragilidade da unidade entre as facções da direita, especialmente com o crescente descontentamento proveniente do círculo de Jair Bolsonaro.

Divisões em meio a estratégias eleitorais

Além das disputas sobre candidatos e propostas, o clima de divisão se intensificou com as críticas de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, a membros do Centrão que estão abertos a apoiar governadores como Tarcísio e Ratinho. Essa desunião interna pode ter implicações sérias na preparação da direita para as eleições de 2026, já que sem uma estratégia clara e coesa, os partidos que se autodenominam de direita podem iniciar o pleito em desvantagem.

Os líderes da direita reconhecem que a unidade é fundamental. “Depende apenas de Bolsonaro a unidade da direita para 2026”, disse o deputado Claudio Cajado (PP-BA), em uma declaração que ressoa com a inquietude quanto ao futuro político. O apoio de Bolsonaro a um candidato pode ser crucial para unir as facções que atualmente se encontram em conflito.

Um futuro incerto para a direita

Com a divisão acentuada e as negociações travadas, o cenário político parece cada vez mais instável. As perspectivas para o futuro da direita nas eleições de 2026 dependerão, em última análise, da habilidade dos seus líderes em superar as diferenças internas e formar uma frente unida. O tempo está se esgotando, e as decisões que forem tomadas nos próximos meses poderão determinar o rumo político do país.

Enquanto isso, as articulações para a dosimetria e para a escolha de um candidato continuam, mas a incerteza e a desconfiança pairam sobre a direita brasileira. Sem um acordo claro, a direita pode iniciar o ano eleitoral em uma posição vulnerável, enfrentando um adversário fortalecido como é o ex-presidente Lula.

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