Brasil, 18 de outubro de 2025
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Retomada da competitividade da carne suína no Brasil

A carne suína ganha competitividade com a recuperação dos preços e exportações, após o surto de gripe aviária no Brasil.

O mercado de carne suína no Brasil começa a mostrar sinais de recuperação após meses de dificuldades, com um aumento significativo de 10,8% no preço da carcaça suína em fevereiro, atingindo R$ 13,20 por quilo. Em um contexto onde a carne de frango se destacou nas exportações, a competitividade da carne suína começa a melhorar, de acordo com o último boletim do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), vinculado à Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba.

Impactos da gripe aviária no mercado de carnes

A reação do mercado suinícola é reflexo imediato das consequências do surto de gripe aviária que atingiu uma granja no Rio Grande do Sul em maio passado. O Brasil foi declarado livre da doença em junho, permitindo a normalização das atividades de exportação. De acordo com análises do Cepea, as exportações de carne de frango, que haviam enfrentado restrições, voltaram a crescer, refletindo na pressão dos preços da carne de frango e favorecendo a competitividade da carne suína.

Nos meses seguintes ao surto, o preço do frango se recuperou, especialmente após o reconhecimento, em julho, da região Sul do Brasil como livre de febre aftosa e peste suína. Essa reabilitação no cenário de exportações permitiu uma maior movimentação da carne de frango no mercado internacional, o que por sua vez, causou um impacto imediato no preço da carne suína, culminando em uma renovada competitividade.

O cenário favorável para o produtor de carne suína

Os pesquisadores do Cepea indicam que, na primeira semana de outubro, os produtores de carne suína em São Paulo experimentaram um aumento significativo em seu poder de compra do farelo de soja, insumo vital para a nutrição dos suínos. O poder de compra está 54% acima da média histórica, permitindo ao produtor adquirir uma quantidade maior de ração com a venda de um quilo de suíno vivo.

Em setembro, com o valor médio do suíno vivo atingindo R$ 9,25 por quilo, os produtores conseguiram comprar 5,57 quilos de farelo de soja por unidade vendida, cifra superior aos padrões estabelecidos desde 2004. Essa relação de troca favorável eleva o otimismo dos suinocultores, resultando em um fechamento firme de preços, ao contrário do que se espera nesta época do ano de quedas típicas.

Exportações em crescimento

Um dos fatores mais relevantes para a solidificação da competitividade da carne suína é o aumento das exportações. Dados do Cepea destacam um crescimento de 72% no volume exportado de carne suína entre janeiro e agosto de 2025, com destaque para o Chile e as Filipinas como os principais destinos. Em julho, as exportações para o Chile atingiram um pico, dobrando em relação aos números de janeiro.

Expectativas para o futuro da carne suína

Os pesquisadores também enfatizam que a demanda por carne suína segue aquecida e as previsões para o fim de 2025 são animadoras. A santidade do mercado suinícola pode ser sustentada, desde que não ocorram novos surtos de gripe aviária ou outros contratempos que possam impactar a indústria. Além disso, a boa situação dos preços de venda e a concorrência com a carne de frango criam um ambiente propício para o crescimento da carne suína no mercado interno e externo.

Com as condições atuais, a recuperação da competitividade da carne suína no Brasil é um sinal de um futuro promissor para os suinocultores, que esperam continuar a se beneficiarem de um mercado favorável e de exportações em alta. O sucesso contínuo dependerá da estabilidade no setor, inovação em práticas de produção e do fomento às relações comerciais internacionais.

Os próximos meses serão cruciais para analisar o comportamento dos preços e a demanda das empresas nacionais frente aos mercados externos, especialmente em um contexto global que vive constantes mudanças.

Para mais informações sobre o mercado de carnes e as últimas atualizações sobre a suinocultura no Brasil, acesse a reportagem completa.

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