Brasil, 18 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Greta Thunberg denuncia maus-tratos em prisão israelense após flotilha

Ativista sueca relata abusos, humilhações e selfies de guardas durante cinco dias de detenção na Palestina

No início de setembro, Greta Thunberg participou da Flotilha Sumud, uma missão internacional que buscava quebrar o bloqueio israelense em Gaza e levar ajuda humanitária à Palestina. A operação foi interceptada pela navy israelense no dia 1º de outubro, e Greta foi uma das ativistas detidas.

Ato de resistência e detenção

Greta, junto a outros 500 ativistas, tentou desafiar o bloqueio na tentativa de entregar alimentos e remédios aos palestinos. Antes de sua deportação em 6 de outubro, ela não falou abertamente sobre o que passou, focando na situação dos civis presos na região.

Acusações de maus-tratos e tortura

Na última semana, Greta concedeu uma entrevista ao jornal sueco Aftonbladet, onde detalhou as atrocidades vividas na prisão israelense, incluindo abuso psicológico, humilhações e agressões físicas. Ela descreveu uma atmosfera “dystópica”, com dezenas de pessoas ajoelhadas e algemadas, enquanto ela própria foi empurrada, chutada e desacatada.

Segundo ela, os guardas aprenderam insultos em sueco, chamando-a de “Lilla hora” (pobre tola) e “Hora Greta” (vagabunda Greta). Ela também afirmou que foi forçada a ficar de joelhos, com uma bandeira israelense ao seu lado, sendo ameaçada e atingida quando ela tentava se movimentar.

Greta revelou que guardas passaram a tirar selfies com ela após amarrá-la com cabos de plástico e que tiveram o desrespeito de filmar sua humilhação enquanto ela observava a destruição de seus pertences pessoais com uma faca. Ela foi despida e submetida a inspeções agressivas, muitas vezes à força.

“Eles não têm empatia ou humanidade”, afirmou. “Tudo aconteceu muito rápido. Estava em choque, dolorida, e tentei manter a calma. Os guarda tinham até insultos em sueco, e nos tratavam com extrema violência.”

Violência, fome e condições desumanas

Ela relatou ainda que foi impedida de ter água, enquanto os guardas riam e jogavam as garrafas no lixo. Em uma situação extrema, até 60 pessoas foram colocadas em uma cela ao sol com pouco espaço, ameaçadas de “gás” pelos próprios guardas, que chegaram a exibir um cilindro de gás e a ameaçar usá-lo contra os detidos.

“Estamos falando de uma situação que é apenas uma pequena parte do que milhares de palestinos vivem. Vi marcas de tiros e mensagens feitas por presos palestinos nas paredes de nossas celas”, disse Greta. “Se, com o mundo assistindo, Israel consegue tratar uma pessoa com um passaporte sueco assim, imaginem o que fazem com palestinos.”

Reação oficial e negação israelense

As autoridades israelenses negaram as denúncias, com o ministro das Relações Exteriores afirmando à publicação Telegraph que “todos os direitos legais dela foram plenamente respeitados” e alegando que Greta “não fez nenhuma denúncia formal” durante sua detenção. “Ela mesma recusou acelerar sua deportação e pediu para prolongar a permanência em custódia”, afirmou o ministro.

O governo israelense também declarou que as agressões descritas por Greta “simplesmente nunca aconteceram”, reforçando a versão de que “não houve maus-tratos ou abusos”.

Perspectivas e o impacto internacional

As acusações de Greta Thunberg reacenderam o debate sobre o tratamento de civis sob o controle israelense na Palestina, especialmente diante de uma avaliação recente da Comissão de Inquérito das Nações Unidas, que afirmou que Israel vem promovendo uma campanha genocida em Gaza há quase dois anos. Segundo o relatório, Israel “desrespeitou flagrantemente” o lei internacional.

Especialistas apontam que o episódio deve intensificar as críticas internacionais e reforçar o apoio global às reivindicações palestinas por direitos e liberdade. Assim, a narrativa de Greta ganha destaque na pauta da guerra de narrativas envolvendo os direitos humanos na região.

O caso segue sendo avaliado por organismos internacionais e expectativa de novas declarações de Greta Thunberg, que continua firme em sua defesa da Palestina e dos direitos humanos, apesar da forte resistência do governo israelense.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes