Brasil, 18 de outubro de 2025
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Gangues chinesas usam cartões-presente dos EUA para lavar dinheiro

Investigações revelam rede internacional que transfere bilhões de dólares roubados para a China através de cartões-presente e criptomoedas

A cadeia de crimes envolvendo cartões-presente nos Estados Unidos vem crescendo de forma alarmante, com bilhões de dólares movimentados em esquemas de lavagem de dinheiro que envolvem grupos da China. Segundo agentes do Departamento de Investigações de Segurança Interna (DHS), essas organizações utilizam varejistas, carteiras digitais e criptomoedas para transferir recursos ilícitos para fora do território americano.

Como funciona o esquema de lavagem de dinheiro com cartões-presente

Criminosos nos EUA roubam cartões-presente, compram eletrônicos de alto valor, como iPhones e laptops, e enviam esses produtos para a China, onde são revendidos com lucro. Esses lucros são convertidos em moedas digitais e utilizados plataformas de pagamento chinesas para criar um canal oculto de saída de recursos do país, explicou Adam Parks, agente especial do DHS.

Operação Projeto Red Hook expõe rede chinesa

A operação do DHS, conhecida como Projeto Red Hook, identificou uma vasta rede na China que utiliza dados roubados de cartões e carteiras digitais para transformar os gastos diários de consumidores americanos em receita ilícita. Nos últimos dois anos, as perdas por fraude vinculadas ao esquema ultrapassaram US$ 1 bilhão, conforme levantamento da agência.

Compra e revenda de cartões roubados

Criminosos adquirem números de cartões roubados por aplicativos como o WeChat, pagam com criptomoedas e carregam os saldos em carteiras digitais. Essas carteiras são usadas para comprar eletrônicos e produtos de alta demanda, que são revendidos na China por valores duas a três vezes superiores ao original.

Sistema eficiente de cadeia de suprimentos ilícita

De acordo com Dariush Vollenweider, agente sênior do DHS, o esquema opera como uma cadeia de suprimentos: “Você tem os tomadores, os adulteradores, os apoiadores e os resgatadores. Assim que um consumidor carrega dinheiro em um cartão, o saldo desaparece.” A eficiência do sistema permite que os criminosos movimentem vastas quantidades de dinheiro de forma estruturada.

Golpes via mensagens de texto e fazendas de SIM

As redes também exploram golpes em larga escala por meio de mensagens de texto que parecem ser de pedágios, taxas postais ou avisos de entrega. Essas mensagens direcionam vítimas a sites falsos de pagamento, onde fornecem dados que são utilizados para roubar fundos. Além disso, monitoram esses sites em tempo real, carregam informações de cartões em carteiras digitais e controlam envios de mensagens por meio de “fazendas de SIM”, que utilizam dispositivos automáticos para disparar milhares de mensagens simultaneamente.

Ações policiais e impacto na economia

Em setembro passado, agentes federais desmantelaram uma rede próxima às Nações Unidas, em Nova York, com mais de 300 servidores SIM e 100.000 cartões SIM, ligados a esquema de fraude de alta escala. Autoridades também prenderam suspeitos na Califórnia, condenando cidadãos chineses por fraudes envolvendo milhares de cartões adulterados, cujo valor total ultrapassou US$ 9,6 milhões, segundo o Departamento do Tesouro.

Origem e motivação do crime organizado

As origens dessas redes criminosas remontam a décadas, alimentadas pelas restrições da China à importação de moeda estrangeira e artigos de luxo. O mercado paralelo conhecido como “daigou” prosperou na tentativa de burlar essas limitações, movimentando milhões de dólares suspeitos, conforme dados do próprio governo americano.

Perigo invisível para instituições financeiras

Para bancos e varejistas, a ameaça parece banal: cartões-presente ao lado das caixas e transações em plataformas conhecidas. Mas, na prática, essas pequenas operações ocultam um gigantesco esquema de lavagem de dinheiro, que se expande silenciosamente e provoca perdas milionárias de forma contínua, alertaram especialistas.

“Parece pouco até você somar”, afirmou Vollenweider. “Cada carregamento em um cartão comprometido representa uma saída de dinheiro do país. Multiplique isso por milhões de transações e teremos a dimensão do problema.”

Para saber mais detalhes sobre as investigações, acesse o link na fonte.

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