Brasil, 19 de outubro de 2025
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Feminicídio em Campinas já contabiliza quatro mortes em 2025

O assassinato de Camila Oliveira Silva, de 33 anos, eleva o total de feminicídios em Campinas para quatro em 2025.

No último sábado (18), a trágica morte de Camila Oliveira Silva, de 33 anos, resultou em mais um caso de feminicídio em Campinas, elevando o total de vítimas para quatro no ano de 2025. O crime, que ocorreu quando a mulher estava prestes a entrar no carro de seu atual namorado, foi perpetrado pelo ex-companheiro, que não aceitava o término do relacionamento. Este episódio revela uma preocupação crescente com a violência contra mulheres na região e destaca a necessidade de reforçar o combate a essa crueldade.

O crime e a busca pelo suspeito

Camila, que trabalhava como cuidadora de idosos, foi atropelada enquanto estava ao lado da filha do seu namorado, uma criança de apenas 7 anos. Segundo informações da Polícia Militar, Edenizio Júlio Teixeira, de 39 anos, retornou para atropelar Camila novamente após a primeira colisão. O namorado conseguiu salvar a menina, mas ao tentar prestar ajuda a Camila, Edenizio repetiu o ato agressivo.

Após o crime, o suspeito fugiu do local e seu veículo foi encontrado abandonado nas proximidades. O Corpo de Bombeiros constatou o óbito de Camila no local, enquanto a criança foi levada ao hospital pediátrico Mário Gattinho com ferimentos leves. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que as diligências para localizar Edenizio estão em andamento, e o crime está sendo tratado como feminicídio e tentativa de homicídio.

Histórico recente de feminicídios em Campinas

Camila Oliveira Silva é a quarta mulher assassinada em Campinas neste ano. Em setembro, Larissa dos Santos Silva, de 29 anos, foi morta pelo marido em frente à sua casa. Apesar de ter solicitado uma medida protetiva, Larissa decidiu retirar o pedido após o companheiro prometer mudar, um relato que demonstra a complexidade e os desafios enfrentados por muitas mulheres em situações semelhantes.

Outro caso mencionado foi o de Lívia Emanuelle Meireles Florian, uma adolescente de 17 anos, que foi baleada na calçada e morreu após dois dias internada. A primeira vítima do ano foi Sandra Regina Mercadante, de 49 anos, morta a facadas pelo companheiro com quem manteve um relacionamento por cinco anos.

Contexto e estatísticas alarmantes

Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) revelam que, desde que o feminicídio foi tipificado no Brasil em 2015, Campinas contabiliza pelo menos 66 mulheres assassinadas. Considerando a área de cobertura do g1 Campinas, entre 2015 e agosto de 2025, há um total de 133 vítimas. Campinas lidera as estatísticas, com 65 registros, seguida por Sumaré e Hortolândia.

Em entrevista, Teresinha de Carvalho, ex-delegada da Delegacia de Defesa da Mulher de Campinas, enfatizou que, embora a pena para feminicídio seja severa, os índices de violência contra a mulher continuam a aumentar. Ela aponta um problema cultural que persiste, onde muitos homens ainda veem as mulheres como propriedades. Essa mentalidade, somada à falta de uma educação que promova o respeito e a equidade de gênero, associa-se à alta incidência de casos de feminicídio.

A luta contra o feminicídio

A luta contra o feminicídio no Brasil exige uma abordagem multidimensional. Para além do endurecimento das penas, é imperativo que haja uma mudança cultural e educacional que promova a igualdade de gênero. Programas de conscientização, fiscalização da lei e suporte psicológico às vítimas e suas famílias são fundamentais para mitigar essa violência tão enraizada na sociedade.

É crucial que as mulheres sintam-se seguras em seus relacionamentos e que o Estado desempenhe um papel ativo na proteção delas. A mobilização social e a prevenção da violência de gênero são responsabilidades compartilhadas que necessitam da atenção e do compromisso de todos.

O ciclo de violência deve ser interrompido, e a sociedade como um todo deve se unir para promover um ambiente mais seguro e justo para todas as mulheres.

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