Brasil, 18 de outubro de 2025
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Crise no mercado de criptomoedas soma perda de US$ 600 bilhões em uma semana

Valor total das criptomoedas encolheu mais de US$ 600 bilhões, refletindo maior aversão ao risco e crise regulatória global

O mercado de criptomoedas viveu uma semana de forte desvalorização, com uma perda superior a US$ 600 bilhões, segundo dados da CoinGecko. A forte queda evidenciou a fragilidade do setor, que tenta se reerguer após uma série de eventos negativos e o aumento da aversão ao risco global.

Bitcoin e principais parceiros sofrem forte queda

O Bitcoin, considerado por muitos como um ativo de proteção contra a turbulência do mercado, caiu 4% na última sexta-feira, atingindo US$ 103.550, o menor nível desde junho. Após uma máxima histórica de US$ 126.251 em 6 de outubro, a criptomoeda acumulou perda de mais de 18% na semana.

O Ether, a segunda maior criptomoeda, também despencou, perdendo cerca de 25% em relação ao seu pico de agosto, caindo abaixo de US$ 3.700. O token BNB, ligado à Binance, afundou até 11% na mesma semana, após enfrentarem dificuldades técnicas e discrepâncias de preços ocorridas nos dias 10 e 11 de outubro.

Fatores por trás da onda de liquidações e instabilidade

Implicações da Binance e crise de confiança

Analistas apontam que a Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo, foi um dos principais impulsionadores das liquidações registradas na semana passada. A recente onda de perdas foi agravada por falhas técnicas e divergências nos preços dos ativos, levando a uma liquidação recorde de quase US$ 600 milhões em indenizações.

Segundo Yoann Turpin, cofundador da Wintermute, a forte retração está alinhada com uma liquidação mais ampla do mercado, refletindo uma tentativa de reprecificação após uma fase de alta inconsistente no meio da semana.

Impacto das tensões no mercado tradicional e aversão ao risco

As liquidações atingiram também os mercados tradicionais, com perdas de mais de US$ 19 bilhões em posições de liquidação agressiva em 6 e 7 de outubro, relacionadas às tensões comerciais EUA-China. Além disso, US$ 1,2 bilhão em posições alavancadas foram liquidadas nas últimas 24 horas, conforme dados da Coinglass, demonstrando o elevado nível de alavancagem ainda presente no mercado.

Mais investidores buscam segurança na regulamentação

Grandes players do setor, como Kraken, Circle, BitGo e Ripple, estão reforçando suas operações sob a ótica de regulamentação, buscando obter estatutos de confiança e novos produtos de pagamento. Segundo Rachael Lucas, analista da BTC Markets, essa movimentação coincide com a busca por licenças bancárias por grandes empresas, sinalizando uma estratégia de proteção contra a alta volatilidade e uma tentativa de legitimar o setor.

Crise financeira e pânico nos bancos tradicionais

Enquanto isso, o colapso de bancos regionais americanos como First Brands Group e Tricolor Holdings reacendeu temores sobre perdas não reveladas no sistema financeiro tradicional. Fraudes e baixas contábeis, como as ocorridas na Zions Bancorp e Western Alliance, reduziram mais de US$ 100 bilhões do valor de mercado de bancos nos EUA em um único dia.

Reação dos investidores e aumento da proteção contra perdas

Investidores retiraram US$ 593 milhões de fundos negociados em bolsa de Bitcoin e Ether na quinta-feira, evidenciando o sentimento de aversão ao risco. As opções de venda, que funcionam como proteção contra novas quedas, tiveram aumento na relação put-call na plataforma Deribit, indicando uma estratégia de proteção mais intensa diante da incerteza.

Timothy Misir, chefe de pesquisa da BRN, declarou que “os derivativos são o foco do estresse atual”, destacando que a maior procura por proteção eleva os custos de seguros contra perdas e aumenta a chance de movimentos de mercado violentos.

O papel do Bitcoin como termo de alerta

Apesar do interesse em ativos tradicionais de refúgio, como ouro e prata, que continuam a registrar recordes, o Bitcoin decepcionou ao cair até 6,3% na semana, sua maior retração desde o início de março. Segundo analistas, a criptomoeda atua como “um canário na mina de carvão”, sinalizando nervosismo no mercado financeiro global devido às preocupações emergentes com o crédito.

O cenário indica que, apesar da popularidade, o setor de criptomoedas ainda enfrenta forte volatilidade e incertezas, enquanto busca fortalecer sua posição no sistema financeiro sob maior regulação.

Mais detalhes sobre a crise das criptomoedas podem ser conferidos em este link.

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