Brasil, 18 de outubro de 2025
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Arcebispo Caccia denuncia aumento das despesas militares e pede paz

O arcebispo Gabriele Caccia critica gastos militares e defende diálogo em vez de armamento na ONU.

Na última sexta-feira, 17 de outubro, o arcebispo Gabriele Caccia, observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, alertou para o alarmante crescimento das despesas militares que, em 2024, atingiram a cifra “inaceitável” de 2,7 trilhões de dólares. Durante sua intervenção no primeiro comitê da 80ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, ele ressaltou que o “espírito da diplomacia e do multilateralismo”, cuidadosamente cultivado para proteger a humanidade dos horrores da guerra, está sendo cada vez mais ofuscado pelo retorno da força e do medo como métodos de resolução de conflitos.

Redescobrir o multilateralismo

Caccia enfatizou que, após 80 anos da devastação em Hiroshima e Nagasaki e da fundação da ONU, é fundamental reconsiderar o multilateralismo. “Como podemos continuar a trair o desejo das pessoas por paz com a propaganda sobre acumulação de armas?”, indagou o arcebispo, refletindo sobre a mensagem do Papa Leão XIV em uma recente reunião. Para ele, o montante colossal destinado a armamentos poderia ser redirecionado para a construção de escolas e hospitais, iniciando um ciclo de desenvolvimento e paz, em vez de alimentar a destruição.

A perigosa ligação entre armas e IA

Um ponto crítico apontado pelo arcebispo é a integração da Inteligência Artificial (IA) em sistemas militares. Ele expressou preocupação com o que chamou de “nova corrida armamentista”, destacando que a IA pode levar a um potencial destrutivo sem precedentes. A urgência de cumprir as obrigações do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) é, segundo ele, fundamental, especialmente com a iminente Conferência de Revisão do tratado. Este uso iminente de IA em armamentos convencionais representa um sério desafio ético que deve ser abordado pela comunidade internacional, uma vez que estas armas podem operar “sem qualquer controle humano”, colocando em risco a segurança e a ética em conflitos.

É necessária uma mudança de perspectiva

Dom Caccia não deixou de mencionar o impacto devastador que armamentos explosivos e minas antipessoais têm sobre civis inocentes, alertando que esses instrumentos de guerra continuam a mutilar e a matar muito depois de os conflitos terminarem. Ele também citou o tráfico ilícito de armas de pequeno calibre como uma preocupação crescente. A mensagem final do arcebispo foi clara: “É necessária uma mudança fundamental de perspectiva”, que envolva deixar de lado a crença de que as armas são a solução para os conflitos e seguir o caminho do diálogo, ancorado no respeito à dignidade e aos direitos humanos.

O arcebispo concluiu sua fala defendendo um compromisso renovado com o desenvolvimento humano integral e resaltou que a verdadeira segurança deve ser construída pela solidariedade e pelo respeito mútuo entre as nações. O seu apelo para que a diplomacia e o diálogo prevaleçam sobre a força é um aviso significativo para os líderes mundiais frente a um cenário global marcado pela crescente tensão militar.

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