Na sexta-feira (17), o Papa Leo XIV nomeou Father Josef Grünwidl como novo arcebispo de Viena, uma das dioceses mais importantes da Áustria, substituindo o Cardeal Christoph Schönborn, que liderou a arquidiocese por três décadas.
Eleição de Grünwidl ocorre após atuação interina
Grünwidl vinha atuando como administrador apostólico desde janeiro deste ano, quando Schönborn, com 80 anos, apresentou sua renúncia, a qual foi aprovada pelo Pontífice. Com 62 anos, o sacerdócio do novo arcebispo tem raízes profundas na arquidiocese de Viena, onde ocupou diversos cargos, incluindo o de presidente do Conselho de Padres e vigário episcopal do vicariato do sul. Sua trajetória inclui ainda experiência como organista de concerto e secretário de Schönborn entre 1995 e 1998.
Perfil e posições do arcebispo eleito
Segundo relato do serviço público de radiodifusão da Áustria, ORF, Grünwidl foi membro da polêmica “Iniciativa do Padre”, grupo dissidente fundado em 2006 que defende a ordenação de mulheres, o sacerdócio opcional, além da comunhão para divorciados e membros de outras denominações cristãs. Embora não esteja mais listado oficialmente entre os integrantes, ele destacou que a castidade é uma escolha de vida pessoal e não uma questão de fé, defendendo a discussão sobre diaconato feminino e admissão de mulheres ao Colégio de Cardeais.
Em entrevista ao programa “Orientation”, neste início de ano, Grünwidl afirmou que deixou a “Iniciativa do Padre” por considerar que as ideias do Papa Francisco ultrapassaram as propostas do grupo e que, por isso, não poderia mais apoiar a dissonância. Ele enfatizou a importância de uma obediência crítica e afirmou que não vê espaço para oposição aberta ao bispo na Igreja.
Contexto e legado do Cardeal Schönborn
O Cardeal Christoph Schönborn, que comandou a arquidiocese por 30 anos, é reconhecido por sua contribuição à Igreja Católica, incluindo a colaboração na elaboração do Catecismo da Igreja Católica e a presidência da Conferência Episcopal Austríaca por 22 anos. Nascido em 1945 na então Tchecoslováquia, sua trajetória inclui estudos com Joseph Ratzinger (futuro Papa Bento XVI) em Paris e Ratisbona, bem como sua ordenação como padre, em 1970, pelo bispo de Viena.
Ele foi nomeado auxiliar de Viena em 1991, coadjutor em 1995 e, posteriormente, arcebispo em 1995, recebendo a cardinalidade em 1998. Sua influência na Igreja austríaca e internacional é marcada por seu envolvimento em questões teológicas e pastorais, além do destaque por sua formação acadêmica e pastoral.
Próximos passos e expectativas para a arquidiocese
A nomeação oficial do novo arcebispo de Viena acontece em um momento de reflexão dentro da Igreja na Áustria, marcada por debates sobre questões de gênero, vocação e tradição. Estima-se que Grünwidl levará uma abordagem pastoral equilibrada, buscando integrar as posições modernizadoras com a tradição católica, mantendo o foco na renovação espiritual da arquidiocese.
A expectativa é de que o novo líder pastoral assuma o cargo oficialmente nas próximas semanas, iniciando uma nova fase na história da Igreja local, com ênfase na abertura ao diálogo e na pastoralidade.