Brasil, 17 de outubro de 2025
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Pai de menina assassinada pela mãe e padrasto fala sobre dor da perda

Pai de Maria Clara relata dificuldade para lidar com a morte da filha e detalha relação familiar marcada por tensão.

Em uma manifestação de dor e angustiante perda, Mateus Xavier Lisboa, pai de Maria Clara Aguirre Lisboa, de cinco anos, falou pela primeira vez sobre a tragédia que abalou sua vida. A menina, horrivelmente assassinada pela mãe, Luiza Aguirre, e pelo padrasto, Rodrigo Ribeiro, teve seu corpo encontrado enterrado em uma cova rasa no quintal da casa da família, em Itapetininga, interior de São Paulo. Enquanto o dor avassaladora se apodera de Mateus, os detalhes do crime chocante vêm à tona, revelando um quadro de violência familiar que poderia ter sido evitado.

A dor do pai e a busca por respostas

Em entrevista ao g1, Mateus descreveu como a perda de sua filha o afetou profundamente. “Estou sentindo uma dor que nunca senti. Não consigo dormir direito. Sonho com ela todos os dias”, revelou. A última vez que viu Maria Clara, ela lhe deu um abraço apertado e declarou seu amor. “Tínhamos uma relação muito boa. Ela era carinhosa e sempre me abraçava”, disse, mostrando o laço íntimo que compartilhavam.

O pai expressou seu desespero ao relatar que, apesar de seus esforços, não conseguiu proteger a filha. “Faz uns cinco meses que começamos a procurar o Conselho Tutelar. Muita gente fala que a gente não correu atrás, mas corremos, sim, atrás do conselho, da polícia. No fim, só foram achar agora”, lamentou.

Histórico de violência e indiferença

A brutalidade do crime é exacerbada pelo histórico criminal do padrasto, que já tinha passagens por crimes graves, incluindo estupro e violência doméstica. De acordo com a polícia, Rodrigo confessou ter assassinado Maria Clara, enterrando o corpo para ocultar o crime. A mãe, Luiza, também confirmou sua participação, e ambos enfrentam acusações de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

O Conselho Tutelar revelou que Maria Clara estava sob os cuidados de Luiza e que já haviam sido aplicadas medidas protetivas visando o acompanhamento da família. No entanto, a ineficiência nos controles e a limitação das ações do órgão foram apontadas como falhas críticas na proteção da criança. “O boletim de ocorrência foi registrado no mesmo dia em que o órgão recebeu denúncia sobre a possível morte da criança, em 8 de outubro”, informou um comunicado do Conselho.

Cronologia e desdobramentos do caso

A investigação revelou que, de acordo com a perícia, o corpo de Maria Clara foi enterrado em setembro, apenas dois dias após o crime. A denúncia feita pela avó paterna, que já notava uma dinâmica familiar preocupante, desencadeou uma série de ações que culminaram na descoberta do corpo da criança em 14 de outubro.

Vários detalhes preocupantes surgiram, incluindo um áudio que o padrasto enviou a Mateus, afirmando que a menina estava morta. “Tentamos assegurar informações, mas não conseguimos. Depois veio a confirmação e foi desesperador”, disse Mateus, refletindo sobre a incredulidade inicial diante da gravidade da situação.

A resposta da comunidade e o luto coletivo

Após o sepultamento de Maria Clara, que ocorreu em meio à dor e à ausência de um velório devido ao estado avançado de decomposição do corpo, a comunidade local se mobilizou em luto coletivo. “Ela era uma criança cheia de vida, e esta tragédia deixou todos nós devastados”, comentou um membro da comunidade. Os laços familiares e a proteção das crianças devem ser um tema urgente de discussão e ação precoce.

Este caso ressalta a necessidade de um sistema de proteção à infância mais eficaz, que possa identificar e intervir antes que tragédias como esta ocorressem. O clamor por justiça e pelo fim da violência doméstica nunca foi tão importante, e a história de Maria Clara deve servir como um alerta para a sociedade.

O caso ainda está em desenvolvimento, e tanto a mãe quanto o padrasto estão em custódia, aguardando julgamento. A expectativa é de que medidas mais rigorosas sejam tomadas em resposta a esta horrenda violação da vida infantil, visando não só a justiça, mas também a prevenção de futuros abusos.

Com essa tragédia, Mateus enfrenta um futuro sem sua amada filha, mas promete lutar para que a memória de Maria Clara não seja esquecida. “Quero que a história dela seja uma lição para todos nós”, conclui.

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