Na tarde da última quinta-feira, 16 de outubro, um assaltante identificado como Hygor Honorato dos Santos foi baleado durante uma tentativa de roubo a um policial civil em um restaurante em Osasco, na Grande São Paulo. O indivíduo havia cometido 14 assaltos, incluindo o furto de alianças e correntinhas de ouro, em várias regiões da cidade ao longo do dia.
Uma sequência de delitos
De acordo com informações da Polícia Civil, Hygor, que usava um colete à prova de balas durante os assaltos, iniciou sua jornada criminosa pela manhã na Vila Leopoldina, Zona Oeste da capital paulista. A cada novo ataque, ele mudava de roupa, conforme mostram imagens de câmeras de segurança. Em uma dessas gravações, ele aparece abordando uma mulher que acabara de sair de seu carro, exigindo somente a corrente de ouro antes de fugir.
O último assalto de Hygor ocorreu em um restaurante onde, disfarçado de entregador, ele tentou assaltar clientes. Imagens mostram um momento tenso, quando o assaltante entra, faz uma pergunta e logo em seguida saca uma arma, atirando em direção a um dos clientes, que se revelou ser um policial civil. Durante a troca de tiros, o enteado do policial foi atingido, e o assaltante recebeu quatro disparos antes de aguardar socorro no local.
Um aumento alarmante nos crimes
O caso de Hygor chama atenção para um problema crescente em São Paulo. Dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) indicam que, entre janeiro e agosto desse ano, foram registrados 2.847 roubos de alianças na capital, um aumento de 73% em comparação ao mesmo período de 2024. Isso se traduz em um roubo a cada duas horas, situação que tem gerado preocupação nas autoridades e na população.
A criminalidade, especialmente voltada para furtos de joias e eletrônicos, vem se tornando uma onda difícil de controlar. A abordagem direta e freqüente dos criminosos, que atuam em grupo, dificulta a atuação das forças de segurança.
Operação contra quadrilhas de roubo
Na mesma data em que Hygor foi preso, a Polícia Civil desencadeou uma operação em Paraisópolis, na Zona Sul, visando desarticular quadrilhas especializadas em roubos de joias. A investigação revelou que a comunidade servia como base operacional para diversas ações criminosas em toda a cidade.
Com a participação de mais de 170 policiais, a operação resultou na emissão de 36 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão. Segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), as quadrilhas funcionavam em uma estrutura hierárquica, onde ladrões responsáveis pelos assaltos passavam os itens furtados para intermediários, que os revendiam, frequentemente para fora do Brasil.
Desfecho trágico em operação policial
Durante a ação, um dos principais suspeitos, Guilherme Heisenberg da Silva Nogueira, conhecido como Bronx, foi morto em confronto com a polícia, após tentar reagir à prisão. Ele era considerado um dos principais responsáveis pelo esquema de receptação e fornecimento de armas aos criminosos.
As autoridades continuam investigando o aumento dos crimes contra o patrimônio e alertam sobre a importância da colaboração da população na identificação de criminosos. Este incidente, que resultou na prisão de Hygor e na morte de Bronx, reflete uma questão crítica que precisa ser abordada com urgência e eficiência para garantir a segurança dos cidadãos.
A defesa de Hygor não foi localizada para comentar o caso até o momento. A prisão dele foi convertida em preventiva, enquanto as investigações continuam a todo vapor para capturar outros envolvidos nas operações criminosas.