Brasil, 18 de outubro de 2025
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Justiça mantém prisão de ex-auditor da máfia do ISS na Bahia

Arnaldo Augusto Pereira foi preso após forjar a própria morte para escapar da condenação de 18 anos de prisão.

A Justiça da Bahia decidiu manter a prisão de Arnaldo Augusto Pereira, um ex-auditor-fiscal envolvido na máfia do ISS em São Paulo, que tentava se esquivar da justiça ao forjar sua própria morte. Detido em Mucuri, no sul da Bahia, Pereira teve sua prisão temporária convertida para preventiva após audiência de custódia realizada na última sexta-feira (17).

O caso do ex-auditor-fiscal e a fraude

Arnaldo foi condenado em 2019 a 18 anos de prisão por participar da chamada “Máfia do ISS”, que, segundo investigações, teria movimentado cerca de R$ 500 milhões em propinas dentro da Prefeitura de São Paulo. Após ser preso na quarta-feira (15), ele confessou ter investido R$ 40 mil em uma certidão de óbito e uma nova identidade, ferramentas que usava desde então para evitar a prisão.

De acordo com informações divulgadas pela TV Bahia, Arnaldo foi monitorado por agentes do Ministério Público da Bahia (MP-BA) por quase duas semanas antes de ser capturado. A certidão de óbito falsificada indicava que ele teria morrido em 10 de julho deste ano, ore (problemas cardíacos e diabetes) e foi assinada apenas em 19 de setembro, levantando suspeitas.

Documentação e detalhes da operação

A fraude foi revelada após a apreensão de documentos que comprovavam a utilização de uma identidade falsa. O ex-auditor-fiscal usava um nome não divulgado e, segundo os investigadores, foi localizado por meio de endereços vinculados à sua família e à paróquia que frequentava. A ação, que resultou em sua prisão, foi coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e às Organizações Criminosas Sul (Gaeco-Sul) e contou com apoio da Polícia Militar da Bahia.

As repercussões legais

Apesar de já ter sido preso anteriormente em duas ocasiões (2016 e 2017) e condenado em 2019, a certidão de óbito acabou levando a Justiça a extinguir sua punibilidade. O caso ganhou novos contornos após a abordagem dos promotores, que conseguiram evidências de que Arnaldo estava vivo e operando sob uma nova identidade.

“O ex-auditor-fiscal já demonstrou suas intenções de escapar da justiça. Com as provas apresentadas, não restou outra opção senão aplicar a prisão preventiva”, observou um representante do MP-BA.

A resposta da Justiça e possíveis desdobramentos

Arnaldo Augusto Pereira permanece detido na Delegacia de Teixeira de Freitas, onde aguarda transferência para um presídio na próxima semana. Sua defesa até o momento não se manifestou publicamente. A associação dos registradores civis da Bahia foi contatada para fornecer esclarecimentos sobre a falsificação de documentos, mas não respondeu até o fechamento desta reportagem.

Este caso não apenas destaca a audácia do ex-auditor-fiscal em tentar escapar da justiça, mas também expõe as falhas no sistema de registro civil que permitiram a emissão de documentos falsificados.

As investigações continuam, e novos detalhes podem surgir à medida que o caso avança nas dependências da Justiça, levantando questões sobre a eficácia dos mecanismos de fiscalização e a necessidade de uma revisão mais rigorosa nos processos de registro de óbitos e identidades.

Com a prisão de Arnaldo, a Justiça espera enviar uma mensagem clara sobre a seriedade das fraudes envolvendo a administração pública e a importância de se combater a corrupção em todas as suas formas.

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