João Luiz Fukunaga apresentou sua renúncia nesta sexta-feira ao Conselho Deliberativo da Previ, maior fundo de previdência complementar do Brasil, responsável pelos aposentados do Banco do Brasil. A saída ocorre em um momento de tensão financeira e questionamentos sobre a gestão da entidade.
Crise financeira e irregulares a partir de 2024
Após meses de desgaste, a decisão veio após a Previ se tornar alvo de uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), provocada pelo grande déficit registrado em seu maior plano de previdência, o Plano 1. Em 2024, o déficit foi de R$ 17,4 bilhões, mesmo após um superávit de R$ 9,8 bilhões em 2023.
Reversão de resultados e situação atual
Segundo a própria entidade, o saldo do Plano 1 foi positivo em agosto de 2025, registrando um resultado de R$ 4,2 bilhões e revertendo o déficit anterior para um superávit de R$ 1,48 bilhões. O déficit atribuído à desvalorização de ativos no mercado financeiro não comprometeu o pagamento de aposentadorias nem pensões, pois os fundos permanecem sólidos para honrar seus compromissos.
Conclusão e novos rumos
Fukunaga deixará o cargo após convite para assumir a diretoria de Relações Governamentais e ASG da EloPar, holding criada em 2015 responsável por administrar participações em empresas de meios de pagamento, tecnologia e serviços financeiros, como Alelo, Livelo, Cateno e Veloe. Em seu lugar, o Banco do Brasil indicou Márcio Chiumento para presidir a Previ. Chiumento, funcionário de carreira do banco desde 2000, possui formação em Direito, mestrado em Gestão e Inovação e MBA em Negócios Financeiros pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ademais, Adriana Chagastelles assumirá a Diretoria de Participações, sendo a primeira mulher indicada pelo banco na direção da entidade e uma das poucas colaboradoras de carreira a ocupar uma posição de destaque na Previ por indicação do patrocinador.
A saída de Fukunaga marca uma tentativa de reequilibrar a gestão da entidade e enfrentar os desafios gerados pelo aumento das irregularidades e pelo cenário econômico dos fundos de previdência complementares. A expectativa é de que as novas lideranças trabalhem para reforçar a estabilidade financeira e a transparência na administração dos recursos dos aposentados do Banco do Brasil.
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