Brasil, 18 de outubro de 2025
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Homem em situação de rua sobrevive a ataque mortal no Rio de Janeiro

Tragédia em Irajá: ataque a tiros resulta em mortes e um sobrevivente em estado grave.

Nesta madrugada de sexta-feira (17), um ataque a tiros nas imediações do metrô de Irajá, Zona Norte do Rio de Janeiro, deixou duas pessoas em situação de rua mortas e um sobrevivente em estado grave. O incidente, que envolveu três atiradores armados com um fuzil e duas pistolas, gerou preocupação na comunidade local e chamou a atenção das autoridades, que já iniciaram as investigações.

O ataque e suas consequências

O ataque ocorreu por volta das 4h da manhã, onde, inicialmente, acreditava-se que os criminosos tinham disparado de dentro de um carro. No entanto, investigações subsequentes mostraram que os atiradores estacionaram o veículo próximo a um retorno da Avenida Pastor Martin Luther King Júnior, desceram e se aproximaram das vítimas dormindo sob o viaduto antes de abrir fogo. As vítimas, identificadas apenas como Bahia e Milharina, não tiveram tempo de reagir, e os corpos foram encontrados em extremidades opostas do viaduto, indicando a aleatoriedade dos disparos.

Identificando as vítimas e suas histórias

Uma das vítimas foi identificado como Seu Etevaldo, mais conhecido como Bahia, um homem que antes de enfrentar a vida nas ruas, era percussionista em Salvador. Apesar das limitações de mobilidade causadas por AVCs, ele não perdia a conexão com a música e a comunidade, participando de atividades do projeto Batikum Afro, que promove oficinas de música afro-brasileira nas comunidades da Zona Norte. O outro homem, conhecido como Milharina, também era uma figura familiar para os moradores locais.

A técnica de enfermagem Camila de Jesus Gomes expressou sua tristeza com a situação: “Eles não mexiam com ninguém. Davam bom dia, boa tarde. Eram tranquilos. O que leva um ser humano a fazer isso? Muito triste, lamentável.”

A luta do sobrevivente

O único sobrevivente do ataque, um homem de 38 anos que tentou fugir, está atualmente hospitalizado em estado grave. Conhecido por ter uma anotação criminal por associação ao tráfico, ele é a única testemunha do ataque, e as autoridades aguardam sua recuperação para obter mais informações que possam levar à captura dos criminosos. A Delegacia de Homicídios da Capital está ativamente investigando o caso e busca identificar os responsáveis pelo ataque inaceitável.

Impacto na comunidade

O crime chocou a comunidade local, que conhecia bem as vítimas. Moradores como Érico Cerqueira lamentam a perda de Bahia e Milharina, descrevendo-os como pessoas tranquilas que não causavam transtornos a ninguém. “São 2 coroas que já moram debaixo do metrô há muito tempo. Um andava com bengala, mal conseguia andar. O outro vendia verdura”, comentou Érico.

A memória de Bahia

Com a morte de Bahia, o projeto Batikum Afro se mobiliza para preservar sua memória e buscar sua família, garantindo que ele tenha um sepultamento digno. O diretor do projeto, Luccas Xaxará, destacou que mesmo com suas limitações, Bahia sempre trouxe alegria e animação aos ensaios, sendo uma figura querida na comunidade. “Queremos garantir que ele não seja esquecido. Ele não tinha documentos, mas tinha história”, afirmou Luccas.

Este ataque a tiros em Irajá serve como um lembrete doloroso da vulnerabilidade das pessoas em situação de rua e a necessidade de um olhar mais humano e compassivo diante da violência e da desigualdade social no Brasil. As investigações continuam e espera-se que a justiça seja feita para que tragédias como essa não se repitam.

O clima de insegurança e medo que paira sobre a região demanda atenção urgente das autoridades e ações efetivas para proteger os mais vulneráveis, assim como Bahia e Milharina, que apenas desejavam um pouco de paz em um mundo que muitas vezes é indiferente.

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