Brasil, 18 de outubro de 2025
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Estudo do Banco Central aponta risco de inadimplência em crédito imobiliário

Estudo revela que correção das prestações pela inflação pode aumentar inadimplência, especialmente entre os de baixa renda.

No Brasil, as prestações de crédito imobiliário que são corrigidas pela inflação têm gerado insegurança entre os clientes. Um estudo recente do Banco Central (BC), divulgado nesta sexta-feira (17/10), aponta que o aumento das prestações não acompanha o crescimento da renda, o que sugere um cenário preocupante de inadimplência, principalmente entre as famílias de baixa renda.

O descompasso financeiro e suas consequências

De acordo com a pesquisa do BC, embora a renda tenda a se ajustar à inflação ao longo do tempo, o descompasso entre esses dois fatores pode causar sérios problemas no cotidiano financeiro dos mutuários. Isso é especialmente verdadeiro para aqueles que já enfrentam limitações de orçamento. Os clientes se veem pressionados a lidar com prestações crescentes enquanto suas capacidades de pagamento não necessariamente aumentam na mesma proporção. Isso pode levar a um aumento das taxas de inadimplência.

A questão se torna ainda mais grave em cenários de alta inflação. O estudo aponta que a diferença entre o andamento das rendas e o aumento das prestações é mais pronunciada em períodos em que a inflação está elevada. Isso pode comprometer o orçamento familiar e, com o tempo, levar à inadimplência.

Impacto maior para as famílias de baixa renda

Particularmente, as famílias de baixa renda são as mais afetadas por essa dinâmica. Com menor capacidade de poupança e menos espaço em seus orçamentos, uma variação nas prestações pode gerar um forte impacto em seu planejamento financeiro. O BC destaca que isso é um sinal de alerta que deve ser considerado na formulação de políticas e em outras intervenções no mercado imobiliário.

Propostas do Banco Central para mitigar riscos

Diante deste cenário desafiador, o Banco Central apresentou propostas para adaptar os sistemas de amortização, como o sistema Price e o Sistema de Amortização Constante (SAC). A proposta é incorporar um componente adicional que aumente a amortização, diminuindo a sensibilidade das prestações em relação à inflação.

A ideia principal desta proposta é aplicar a correção pela inflação já nos contratos desde o início, ao invés de atualizar as prestações após a inflação. Isso ajudaria a reduzir a volatilidade dos valores das prestações e a tornar o pagamento mais previsível e estável, mesmo em momentos de alta inflação.

Funcionamento dos sistemas de amortização propostos

  • Price: As parcelas permanecem iguais até o final do financiamento.
  • SAC: As parcelas começam mais altas e diminuem ao longo do tempo, conforme as taxas de juros vão sendo abatidas.

Com a inclusão desse componente adicional, o Banco Central espera que a prestação se mantenha dentro de limites mais controláveis. Se o valor da correção for maior que a inflação no período, a prestação pode até cair. Mas se a inflação for maior, a correção seria diluída ao longo do restante do financiamento.

Previsibilidade e estabilidade nas prestações

“Dessa forma, a abordagem proposta reduz significativamente a volatilidade da prestação nominal e aumenta a previsibilidade dela, garantindo mais estabilidade no comprometimento de renda mesmo em períodos de alta inflação”, comenta o BC. Essa proposta é vista como uma medida que pode beneficiar significativamente os mutuários, garantindo que os contratos de crédito imobiliário se tornem mais acessíveis e menos arriscados.

Em um contexto em que a economia enfrenta desafios, compreender o impacto das correções das prestações pela inflação se torna fundamental. As soluções e adaptações sugeridas pelo Banco Central podem representar um passo importante para garantir que mais brasileiros realizem o sonho da casa própria sem comprometer excessivamente suas finanças e, principalmente, mantendo a segurança financeira em um cenário econômico volátil.

O estudo do Banco Central ilustra a complexidade da relação entre renda e crédito imobiliário e traz à tona a necessidade de um olhar mais atento para a inclusão financeira e a responsabilidade na concessão de crédito.

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