O presidente Donald Trump anunciou nesta quinta-feira (16) um conjunto de medidas voltadas a reduzir custos e facilitar o acesso à fertilização in vitro (FIV) e medicamentos de fertilidade nos Estados Unidos. As ações representam um avanço importante na discussão sobre saúde reprodutiva, especialmente para mulheres e famílias.
Incentivos para empresas oferecerem benefícios de fertilidade
Durante declaração no Salão Oval, Trump afirmou que sua administração incentivará empregadores a oferecer benefícios de fertilidade de maneira semelhante à cobertura odontológica e oftalmológica. Segundo ele, a orientação do Departamento do Trabalho facilitará que pequenas e médias empresas incluam esse benefício de forma opcional, sem necessidade de mudanças estruturais no plano de saúde.
“Com o que assinamos, os americanos poderão optar por um seguro de fertilidade, assim como têm direito ao seguro dental e de visão”, explicou o presidente. Ele destacou que a iniciativa pode ajudar na detecção precoce de problemas de saúde reprodutiva, melhorando a saúde das futuras gestantes e bebês.
Descontos em medicamentos de fertilidade
Outro destaque da proposta é a assinatura de um acordo com a EMD Serono, fabricante do medicamento Gonal-F, um dos mais utilizados nos EUA. Trump informou que a empresa oferecerá descontos “massivos” através de um site governamental, TrumpRx.gov, a partir do próximo ano, com reduções de até 84% no valor dos medicamentos.
De acordo com o presidente, a redução de preços pode chegar a 73%, o que representaria uma significativa diminuição no custo de tratamentos de fertilidade, cujos valores podem variar entre US$ 15 mil e US$ 25 mil por ciclo, muitas vezes exigindo múltiplas tentativas.
Perspectivas de impacto e críticas
O governo destacou que a iniciativa visa beneficiar milhões de americanos que atualmente arcam com altos custos de tratamentos de fertilidade. Segundo dados do KFF, uma organização de pesquisa sem fins lucrativos, apenas cerca de 25% das grandes empresas oferecem cobertura de fertilização, e poucos estados obrigam o fornecimento de benefícios similares por parte das seguradoras.
Especialistas avaliam que a medida pode ajudar a diminuir o número de casais que dependem exclusivamente de procedimentos de alto custo, promovendo uma abordagem preventiva na saúde reprodutiva. No entanto, opositores argumentam que a iniciativa depende da adesão voluntária das empresas, sem garantias de ampliação do acesso.
Próximos passos na agenda de saúde federal
O anúncio acontece em meio a debates mais amplos sobre o papel do Estado na saúde pública e o acesso à reprodução assistida. A administração sinaliza que continuará promovendo iniciativas que ampliem as opções dos pacientes, mesmo sem imposições obrigatórias às empresas ou Estados.
Enquanto isso, a expectativa é de que os descontos em medicamentos e os incentivos às empresas entrem em vigor no início de 2026, potencializando o debate sobre o futuro das políticas de saúde reprodutiva nos Estados Unidos.
