Brasil, 17 de outubro de 2025
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Senado aprova projeto que proíbe aborto após 22 semanas

Comissão de Direitos Humanos aprova projeto que muda a lei do aborto no Brasil, limitando a interrupção da gestação a 22 semanas.

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado brasileiro deu um passo significativo na última quarta-feira (15/10) ao aprovar o relatório do Projeto de Lei (PL) n° 2.524/2024, que institui a proibição do aborto legal após 22 semanas de gestação. Esta medida se aplica até mesmo em casos que atualmente são permitidos pela legislação, suscitando amplos debates e preocupações em diversos setores da sociedade.

O conteúdo do projeto de lei

O PL, de autoria do senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR), com relatoria de Eduardo Girão (Novo-CE), propõe modificar o Código Civil, argumentando que após 22 semanas (aproximadamente cinco meses e meio) de gestação, “o nascituro terá direito inviolável ao nascimento sadio e harmonioso”. Essa mudança legal altera significativamente as possibilidades de interrupção da gravidez, especialmente em situações críticas.

Atualmente, de acordo com a legislação e as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), o aborto é permitido apenas em situações específicas, como risco à vida da mãe, gravidez resultante de estupro e nos casos de fetos anencéfalos. Contudo, o novo projeto não menciona explicitamente a possibilidade de proceder nesse contexto em casos de gravidez resultante de violações ou de fetos com malformações graves.

Propostas alternativas em vez do aborto

Uma das principais alterações introduzidas pela proposta é a substituição do aborto por uma “tentativa de antecipação do parto e de manutenção da vida extrauterina da pessoa recém-nascida”, mesmo em situações onde a vida da mãe está em risco. Essa mudança levanta questões sobre a viabilidade e a ética envolvidas no tratamento da saúde de ambos, mãe e filho, além de trazer preocupação sobre a real aplicabilidade dessa medida em ambientes hospitalares e nas condições de atendimento médico no Brasil.

Próximos passos para o projeto

Após a aprovação simbólica na CDH, o projeto foi encaminhado para a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde será analisado mais detalhadamente. A deliberação final ocorrerá na CCJ, que terá a responsabilidade de decidir se o texto prossegue ou se será modificado ainda mais antes de ser levado ao plenário.

Esse trâmite legislativo surge em meio a um contexto de polarização da discussão sobre direitos reprodutivos no Brasil, refletindo a complexidade e a sensibilidade do tema. Grupos de defesa dos direitos das mulheres e de proteção da vida estão mobilizados para expressar suas opiniões e lutar por suas causas, demonstrando que o debate não se limita apenas a questões legais, mas também envolve aspectos éticos, morais e sociais profundos.

A reação da sociedade

A proposta gerou reações diversas na sociedade, desde apoio entre grupos conservadores até crescendos protestos por parte de coletivos feministas e defensores dos direitos humanos. Muitos argumentam que a restrição do acesso ao aborto legal pode colocar em risco a vida e a saúde de mulheres, especialmente aquelas em situações vulneráveis, que poderão enfrentar consequências dramáticas devido a restrições mais severas.

Assim, o futuro do PL n° 2.524/2024 ainda é incerto, visto que ele deverá passar por debates profundos e acalorados nas comissões e posteriormente em plenário. Os desdobramentos dessa discussão poderão ter impactos significativos na legislação brasileira sobre saúde e direitos reprodutivos.

Enquanto o projeto avança nas esferas políticas, a sociedade observa atentamente, refletindo sobre as várias direções que essa questão pode tomar e como afetará a autonomia e os direitos das mulheres no Brasil.

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