O ex-presidente Jair Bolsonaro continua sob prisão domiciliar desde agosto, conforme determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Recentemente, o senador Marcos Pontes (PL-SP) realizou uma visita ao ex-presidente e expressou otimismo em relação ao seu estado de saúde.
Visitas autorizadas e estado de saúde
Dentre as visitas permitidas pelo STF, familiares, médicos e políticos têm acesso ao ex-presidente. Na última terça-feira (14), Marcos Pontes foi um dos visitantes e, em entrevista, revelou que saiu da reunião com uma visão mais positiva sobre o quadro de saúde de Bolsonaro. “Eu achei ele bem, saí um pouco mais tranquilo. Tinha uma caixa de remédio enorme lá”, afirmou o senador.
Este otimismo chega após um mês complicado para o ex-presidente, que enfrentou preocupações médicas sérias. Em setembro, Bolsonaro foi internado devido a episódios de pressão baixa e vômito, e teve de passar por diversos exames que revelaram um quadro de anemia e resquícios de pneumonia.
Atendimentos médicos em casa
Na última segunda-feira (13), Moraes atendeu a um pedido da defesa de Bolsonaro, permitindo a entrada da médica Marina Grazziotin Pasolini em sua residência para cuidar de agravamentos nos episódios de soluço que o ex-presidente vem enfrentando. Apesar das preocupações com sua saúde, durante a visita de Pontes, ele não aparentou os sintomas graves que haviam surgido anteriormente.
Interações durante a visita
Durante a visita, Marcos Pontes — que ficou cerca de cinquenta minutos com Bolsonaro — optou por evitar discussões sobre política. O senador mencionou que a conversa se concentrou em amenidades, afirmando: “Não falamos de política, justamente porque eu não queria estressá-lo.” Pontes expressou preocupação com as notícias que circulavam sobre o estado de saúde de Bolsonaro e decidiu visitá-lo para verificar pessoalmente como ele estava se sentindo.
Desdobramentos legais e a possível execução da pena
Apesar do aparente quadro de saúde estável, a situação legal de Bolsonaro ainda é delicada. Na mesma segunda-feira em que Pontes fez a visita, o ministro Moraes negou um pedido da defesa para revogar a prisão domiciliar, respaldando a posição da Procuradoria-Geral da República (PGR), que argumentou sobre os riscos de fuga. Bolsonaro cumpre uma pena de 27 anos e três meses, imposta no mês passado pela Primeira Turma do STF, devido ao que foi chamado de núcleo crucial da trama golpista.
A saúde do ex-presidente deve voltar a ser um tema em pauta nas próximas semanas, à medida que sua defesa se movimenta para evitar que ele seja enviado ao complexo penitenciário da Papuda. A Primeira Turma ainda precisa analisar recursos dos condenados, o que deve ocorrer até dezembro, determinando o início da execução da pena.
No caso de Bolsonaro, a interseção entre suas complicações de saúde e seu estado legal deverá ser avaliada com cautela, dado que a equipe de defesa busca argumentos que demonstrem a necessidade de cuidados médicos especiais para o ex-presidente, o que pode impactar na sua permanência em prisão domiciliar.
Enquanto isso, as visitas de amigos e familiares continuam a fornecer suporte emocional, e as próximas semanas serão cruciais na luta do ex-presidente para reverter sua situação legal, enquanto também gerenciam suas questões de saúde.