Na próxima semana, a organização católica internacional Aid to the Church in Need (ACN) divulgará seu Relatório Mundial de Liberdade Religiosa 2025, em Roma, com uma conferência que contará com a presença do secretário de Estado do Vaticano e vítimas de perseguição religiosa.
Estudo evidencia agravamento da liberdade religiosa globalmente
O relatório, publicado a cada dois anos desde 1999, analisa a situação da liberdade religiosa e da perseguição ao redor do mundo, abrangendo todos os países e comunidades religiosas. Segundo Marta Petrosillo, editora-chefe, “desde a primeira edição, a situação tem piorado continuamente, e essa tendência deve persistir”.
O documento destaca especialmente o continente africano, com maior ênfase na escalada da violência jihadista em países como Moçambique e República Democrática do Congo, onde a presença de grupos extremistas tem desencadeado aumentos expressivos na perseguição religiosa.
Tensão e resistência: religiões em foco na conferência
O evento, que terá duração de um dia, reunirá especialistas em direitos religiosos e vítimas de violações, de países como Nigéria, Síria, Índia, Sudão e Paquistão. Esses relatos buscam evidenciar o impacto da intolerância e da violência contra os fiéis.
Na segunda metade da conferência, haverá painel abordando as restrições à liberdade de religião em sociedades democráticas ocidentais, incluindo pressões legais, culturais e o crescente secularismo que desafia a presença pública das testemunhas religiosas.
Impactos e solidariedade da Igreja
Em 2024, a ACN investiu mais de R$ 750 milhões em milhares de projetos em 137 países, apoiando comunidades perseguidas e promovendo a liberdade de crença. No dia 10 de outubro, Pope Leo XIV destacou a importância do trabalho da organização diante de um mundo cada vez mais hostil.
Segundo ele, “a testemunha de fé é essencial diante de crescentes hostilidades, de violência e intolerância contra aqueles que defendem suas crenças, incluindo muitos cristãos”.
Perspectivas para o futuro da liberdade religiosa
A divulgação do relatório reforça o compromisso da Igreja e da sociedade civil em defender os direitos religiosos globais. A expectativa é que o documento sirva de orientação para ações que visem frear essa deterioração e promover um ambiente de maior respeito à diversidade de crenças.
A conferência acontecerá em Roma na próxima semana, com a presença de autoridades religiosas, representantes de organizações de direitos humanos e vítimas de perseguição, que trarão relatos e perspectivas sobre a luta pela liberdade de fé no cenário mundial.