O Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou uma nota nesta quinta-feira, 16 de outubro de 2025, condenando as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a Venezuela. Trump insinuou a possibilidade de expandir operações militares no Caribe, incluindo ataques terrestres à nação sul-americana, além de ter autorizado a CIA a realizar ações clandestinas no país. O PT, sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, classificou essas declarações como uma “afronta à soberania do país sul-americano”, chamando-as de inaceitáveis e deploráveis.
A posição do PT sobre a soberania venezuelana
No comunicado oficial, o PT afirma que as declarações de Trump representam uma violação do Direito Internacional e uma afronta direta à soberania da Venezuela. “É uma iniciativa inaceitável e deplorável”, diz a nota. O partido também destaca que as ações militares dos Estados Unidos contra o povo venezuelano incluem execuções sumárias, o que consideram uma prática inadmissível, sem base legal e sem qualquer processo investigativo.
“Essas ações antidemocráticas deixaram marcas de ingerências, ilegalidades, golpes, repressão e ditaduras sangrentas no subcontinente”, acrescenta o comunicado. O PT reiterou seu compromisso com a defesa do Direito Internacional e dos princípios de não ingerência e autodeterminação dos povos em qualquer parte do mundo.
O cerco militar e as operações no Caribe
Desde agosto, o governo americano tem enviado navios de guerra ao Caribe, alegando realizar operações de combate ao tráfico de drogas, enquanto acusa o presidente Nicolás Maduro de estar à frente de redes de narcotráfico. Desde o início dessas operações, pelo menos cinco embarcações foram bombardeadas, resultando na morte de 27 pessoas, um ato que Caracas classifica como “execuções extrajudiciais”.
As declarações de Trump, feitas em uma coletiva no Salão Oval, deixaram claro que a possibilidade de ações em terra está sendo considerada, uma vez que “temos o mar sob controle”, segundo afirmou o presidente americano. Mesmo quando questionado sobre a utilização da Guarda Costeira, Trump disparou: “nunca funcionou quando feito de uma maneira politicamente correta”.
A resistência de Maduro e a lembrança dos golpes na América Latina
Em resposta à crescente tensão, Nicolás Maduro, em um evento do Conselho Nacional pela Soberania e Paz, reafirmou que não haverá mudança de regime na Venezuela, citando intervenções militares anteriores do Ocidente em países como Afeganistão e Líbia, além de golpes promovidos pela CIA em nações como Chile e Argentina. “Não aos golpes de Estado dados pela CIA, que tanto nos lembram os 30 mil desaparecidos”, declarou Maduro, enfatizando o repúdio da América Latina a tais intervenções.
A luta pela autodeterminação e soberania da Venezuela tem se intensificado, com o PT e outros partidos progressistas latino-americanos se unindo em torno do apoio ao governo de Maduro, ressaltando a importância de um debate internacional em torno do respeito à soberania dos povos. As campanhas de desestabilização promovidas por potências externas frequentemente ressurgem como temas recorrentes na política da região.
Um alerta à comunidade internacional
A nota do PT não só representa uma resposta aos comentários de Trump, mas também serve como um alerta à comunidade internacional sobre as repercussões dessa intromissão na política interna de outras nações. Historicamente, intervenções baseadas em discursos militares muitas vezes resultam em consequências desastrosas para os países-alvo, perpetuando ciclos de violência e instabilidade.
A postura do PT reflete um entendimento profundo das dinâmicas de poder na América Latina e um compromisso com a promoção da paz e soberania entre os países. A defesa da autodeterminação é um princípio fundamental para garantir a estabilidade e o respeito aos direitos humanos na região.
Diante desse panorama, é crucial que os cidadãos e as lideranças políticas continúem vigilantes e engajados, promovendo diálogos que priorizem a diplomacia e o respeito mútuo, antes que o cenário se agrave ainda mais.
Com isso, a resposta do PT às ações de Trump pode ser vista como parte de um complexo jogo de alianças e tensões na geopolítica atual, que exigem atenção e ação por parte da comunidade internacional para evitar conflitos futuros.