O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou nesta quinta-feira que irá buscar convergências com o secretário de Energia dos Estados Unidos, Chris Wright, durante evento do G7 no Canadá, para atrair capital americano na exploração de minerais críticos no Brasil. A iniciativa visa aproveitar o interesse dos EUA no setor e fortalecer a relação estratégica entre os dois países.
Convergência em minerais estratégicos e investimentos em data centers
Silveira revelou que a agenda inclui discussões sobre minerais críticos, como lítio, nióbio, cobre e terras raras, essenciais para a transição energética e alta tecnologia. Segundo o ministro, o Brasil possui cerca de 10% das reservas mundiais de insumos, mas atualmente produz apenas 0,09% da oferta global, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
“Vamos aproveitar essa oportunidade para criar um ambiente favorável à atração de investimentos americanos, além de discutir políticas para o setor de minerais críticos e também sobre data centers”, afirmou Silveira. Ele destacou que o governo pretende promover sinergias com os EUA na área.
Criação de conselho e oportunidades na exploração de minerais críticos
O governo inaugurou o Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM), que, em sua primeira reunião, contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A iniciativa é vista como uma janela de oportunidade para fortalecer alianças internacionais, especialmente com os Estados Unidos, no setor de minerais estratégicos.
Silveira também anunciou a intenção de criar um conselho dedicado exclusivamente aos minerais críticos, que assessorará o presidente em políticas específicas para o segmento, potenciando uma maior sinergia com o governo do ex-presidente Donald Trump.
Contexto geopolítico e oportunidades de barganha
O interesse americano no Brasil ocorre em meio à disputa global por minerais como lítio e terras raras, componentes essenciais para eletrônicos e transição energética. O governo brasileiro avalia que o interesse dos EUA no setor pode abrir espaço para negociações políticas, incluindo a retirada de tarifas de produtos brasileiros.
Segundo Silveira, a criação do CNPM e o estreitamento de relações abrem novas oportunidades de colaboração, que poderão beneficiar a economia brasileira e ampliar sua oferta de minerais sustentáveis no mercado internacional.
Próximas ações e agenda internacional
O ministro participará de encontros com representantes norte-americanos na semana que vem, durante o evento do G7 no Canadá. Nessas reuniões, espera-se avançar nas negociações para promover investimentos e fortalecer a parceria estratégica na exploração de minerais críticos, considerados essenciais para o futuro da tecnologia e energia mundial.
Especialistas ressaltam que o Brasil, com suas reservas, tem potencial para se destacar na cadeia global de minerais críticos, especialmente em um contexto de disputa geopolítica entre os Estados Unidos e a China.
