Brasil, 16 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Los Angeles Times se prepara para oferta pública com novos desafios

Com um histórico de perdas financeiras, o Los Angeles Times busca reestruturação antes de sua IPO, focando na digitalização e expansão de ativos.

O Los Angeles Times, um dos jornais mais tradicionais dos Estados Unidos, está enfrentando um momento crucial em sua história. Em busca de investidores para uma oferta pública inicial (IPO) prevista para 2027 na Bolsa de Valores de Nova York, a publicação destaca em documentos recentes os riscos operacionais e os desafios financeiros que precisa superar. Como já mencionado em uma de suas seções de riscos, a empresa possui um histórico de perdas operacionais e pode não conseguir manter a rentabilidade no futuro, um sinal claro da urgência sentida para revitalizar o negócio.

Desafios financeiros e visão de reestruturação

Os desafios financeiros do Los Angeles Times são evidentes, com um prejuízo líquido de US$ 48 milhões antes dos impostos projetado para 2024. O proprietário Dr. Patrick Soon-Shiong, que investiu US$ 750 milhões desde a aquisição do jornal em 2018, está agora apresentando uma nova visão para transformar a publicação de 144 anos. Com 615 funcionários e aproximadamente 500 mil assinantes entre impressão e digital, a luta pela sustentabilidade é mais intensa do que nunca.

A receita do jornal gerou US$ 237,5 milhões no último ano, com US$ 120 milhões oriundos das assinaturas e cerca de US$ 60 milhões da publicidade. Apesar disso, o matutino ainda depende mais da receita de publicidade impressa (US$ 35,5 milhões) do que da digital (US$ 24,4 milhões), o que ilustra a difícil transição do modelo de negócios que muitos veículos de comunicação estão enfrentando atualmente.

Aposta em novas tecnologias e formatos

A nova proposta de reestruturação do Los Angeles Times não se limita apenas ao jornal. A estratégia inclui ativos como o LA Times Studios, que opera como um canal de notícias por streaming, utilizando o conteúdo da publicação enquanto desenvolve projetos em Hollywood. Isso é visível nos sucessos obtidos com a adaptação de reportagens para produções como a série Bravo “Dirty John” e o filme “Rosemead” estrelado por Lucy Liu.

Soon-Shiong também está integrando sua empresa Nant Studios, que oferece recursos de produção de alta tecnologia em Culver City e El Segundo, junto com a Nant Games, responsável por eventos de eSports. Esta mistura de ativos representa uma tentativa de criar um ecossistema de mídia diversificado em um mercado em rápida mudança.

O uso de inteligência artificial

Outros elementos inovadores incluem a proposta de digitalização de 12 milhões de artigos, na esperança de que “avanços em inteligência artificial ofereçam novas oportunidades de monetização para os arquivos”. O conceito, denominado “Inteligência de Arquivo”, visa explorar o potencial dos conteúdos históricos do jornal.

O uso da inteligência artificial já está presente no site, onde insights são gerados após colunas de opinião, avaliando a linha de pensamento dos autores. Embora a tecnologia possa oferecer benefícios, os documentos reconhecem que esses adendos podem também resultar em “erros de saída ou análise imprecisa”.

Planos futuros e impacto sindical

Entre os objetivos listados, está a expansão da cobertura em Washington e Sacramento, além da construção de facilidades de produção em Washington, ampliando a presença do jornal. No âmbito digital, uma atenção renovada ao conteúdo acima do paywall pode assegurar um alto volume contínuo de usuários.

Esta fase de transformação chega em um contexto tenso, uma vez que o sindicato que representa os funcionários não gerenciais do Times votou a favor de uma autorização de greve em 9 de outubro, após quase três anos sem um novo contrato coletivo de trabalho. As negociações continuam, refletindo a pressão que o jornal enfrenta não apenas em sua sustentabilidade financeira, mas também em sua relação com os empregados.

O futuro do Los Angeles Times é incerto, mas a fusão de tecnologias inovadoras, parcerias estratégicas e uma reavaliação de seus ativos tradicionais poderá ser a chave para a sobrevivência de um dos mais icônicos jornais da América.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes