Brasil, 16 de outubro de 2025
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Líderes cristãos solicitarem que EUA reclassifiquem Nigéria como país de preocupação particular

Grupo de líderes religiosos pede a Trump que reclassifique a Nigéria na lista de vigilância internacional por violações de liberdade religiosa

Na véspera do encontro com o presidente Donald Trump, líderes cristãos entregaram uma carta em 15 de outubro solicitando a reclassificação da Nigéria como “país de preocupação particular” (CPC) nos registros internacionais de liberdade religiosa dos Estados Unidos. A iniciativa destaca a escalada de ataques violentos contra cristãos no país.

Pedido de reclassificação e comentários de especialistas

A carta pede que o governo dos EUA mantenha a Nigéria na categoria de CPC, como aconteceu em início do mandato de Trump, argumentando que o governo de Abuja não tem protegido adequadamente os cristãos das ações de grupos extremistas.

Assinada por figuras como o arcebispo de São Francisco, Salvatore Cordileone, e líderes de think tanks e organizações católicas, a mensagem enfatiza que o governo nigeriano viola a liberdade religiosa ao apoiar leis de blasfêmia que preveem pena de morte e segregações religiosas com violência.

“O governo da Nigéria está ciente de suas violações ao permitir leis de blasfêmia islamitas e ao tolerar ações violentas de fazendeiros muçulmanos Fulani contra famílias cristãs na faixa do Centro-Oeste,” afirmou Nina Shea, especialista em liberdade religiosa do Hudson Institute, em declaração à CNA.

Escalada de violência e impacto social

Segundo dados de ONGs e órgãos internacionais, mais de 52 mil cristãos foram mortos desde 2009 na Nigéria, com milhares de igrejas atacadas ou destruídas. Em 2025, relatórios indicam que cristãos continuam sendo vítimas de sequestros, estupros e massacres cometidos por Boko Haram e grupos ligados ao Estado Islâmico na África.

“Milhares de cristãos foram assassinados e mais de 100 padres católicos e pastores mantidos como reféns para resgate” — detalha a carta, destacando a gravidade da situação.

Preocupações com a política americana

A carta alerta que, mesmo após quase cinco anos sob o governo de Biden, a classificação da Nigéria como “lista de observação especial” poderia enfraquecer a atenção dos EUA às violações, uma preocupação da qual os líderes religiosos alertam ser inadequada diante do cenário atual.

“A designação CPC não implica sanções obrigatórias, e a resposta da política americana deve ser proporcional à gravidade dos abusos,” afirmaram na carta, citando a legislação do IRF Act.

Contexto internacional e futuro da prioridade americana

Em novembro de 2021, o governo Biden recolocou a Nigéria da lista de países de preocupação particular, revertendo uma decisão do início da presidência. Líderes cristãos argumentam que, com o aumento da violência e perseguição, a reclassificação é urgente para reforçar a apuração e ações de proteção internacionais.

O documento também assinala que a negligência do governo nigeriano, inclusive nas ações contra militantes Fulani, alimenta o medo de um processo de islamização forçada na região central do país.

A expectativa é que o pedido seja considerado na próxima avaliação do governo americano sobre o estado da liberdade religiosa na Nigéria, buscando um compromisso maior com a proteção dos direitos humanos e religiosos.

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