A jornalista Kaitlan Collins, repórter da CNN, revelou nesta segunda-feira que a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, ajudou a resolver uma situação complicada durante uma visita do presidente Donald Trump à Arábia Saudita, em maio. A história foi contada por Collins no programa Trading Secrets, do YouTube, ao narrar um episódio envolvendo o encontro com líderes mundiais e a segurança do palácio.
O episódio na Arábia Saudita e a intervenção de Leavitt
Segundo Collins, ela estava acompanhando a imprensa na sala de imprensa durante a visita de Trump ao país, quando o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman entrou e passou a caminhar entre os jornalistas. Ao tentar fazer uma pergunta ao presidente, Collins foi avisada que sua entrada poderia ser impedida. “A Guarda Real Saudita falou que eu não poderia participar do próximo evento, porque eles estavam bastante chateados com a minha pergunta”, relata a jornalista.
Na ocasião, Collins tentou argumentar com os seguranças, explicando que o acesso à imprensa é prioridade e essencial para seu trabalho. Foi então que Karoline Leavitt, assessora de Trump, entrou em ação. Collins conta que Leavitt defendeu sua entrada, insistindo que ela deveria acompanhar o restante da imprensa americana. “Ela disse: ‘Não, a Kaitlan está vindo com o resto da imprensa dos EUA’”, descreve Collins. “E assim, consegui entrar no próximo evento.”
A importância do acesso à imprensa e o papel de Leavitt
Collins destacou que o episódio ilustra o valor do acesso à imprensa, uma prioridade para ela durante a cobertura presidencial. “Press access é fundamental”, afirma. Apesar de a relação entre Collins e Leavitt ter sido tensa em outras ocasiões, a jornalista elogiou a postura da assessora ao ajudá-la naquele momento.
Leavitt, que frequentemente protagoniza polêmicas ligadas à administração Trump, ganhou notoriedade por sua postura firme na Casa Branca, incluindo a decisão de limitar o acesso de veículos considerados hostis ao presidente. Essa linha dura gerou críticas e também piadas de setores não-alinhados ao perfil de Trump.
Conflitos e divergências internas na Casa Branca
Apesar da ajuda pontual, a relação entre Collins e Leavitt não é livre de conflitos. Recentemente, as duas trocaram farpas na área de imprensa sobre questões como o uso de forças militares em cidades de oposição e o tratamento a agências de notícias não favoráveis ao governo, como a Associated Press.
Na troca mais conhecida, Leavitt demonstrou irritação quando Collins questionou se a exclusão da AP de eventos oficiais teria sido uma retaliação pelo fato de o serviço não se referir ao Golfo do México como Golfo da América. Essas divergências refletem o ambiente conturbado e competitivo dentro da Casa Branca, marcado por disputas internas por controle da narrativa oficial.
Perspectivas para o futuro
O episódio envolvendo Collins e Leavitt evidencia as tensões dentro do aparato de comunicação da administração Trump, especialmente diante de uma postura mais rígida na gestão da imprensa. A atuação de Leavitt, por vezes controversa, reforça a estratégia de controle da narrativa oficial e de limitação do acesso a veículos considerados críticos ao governo.
Enquanto a relação entre as duas jornalistas permanece difícil, as ações de Leavitt demonstram o papel central que ela desempenha na política de comunicação da Casa Branca, que busca equilibrar transparência com controle de informações. O caso também reacende o debate sobre os limites e a liberdade de imprensa em ambientes de alta pressão política.
Esta história, originalmente publicada no HuffPost, evidencia a complexidade das relações na Casa Branca e o impacto de assessores estratégicos na cobertura jornalística de eventos internacionais de grande importância.