No dia 16 de outubro, um advogado de 37 anos se apresentou à Polícia Civil do Distrito Federal, confessando que ateou fogo em uma gameleira, que havia sido plantada há quatro décadas na Asa Norte. O ato, descrito pelo autor como uma “brincadeira infeliz”, gerou grande repercussão e preocupações sobre os impactos ambientais do incêndio.
O incêndio e as consequências imediatas
O incêndio teve início na madrugada de segunda-feira, 13 de outubro, e rapidamente tomou conta da árvore. Imagens de câmeras de segurança mostraram o momento em que o advogado, junto de uma criança – supostamente seu filho – ateou fogo ao tronco da gameleira. O brilho das chamas foi registrado, e o homem declarou à polícia que, ao perceber a gravidade da situação, imediatamente acionou o Corpo de Bombeiros do DF.
Os bombeiros mobilizaram dois caminhões e utilizaram hidrantes da região para controlar o fogo. Embora o incêndio tenha sido controlado na manhã de segunda, as chamas continuaram a arder dentro do tronco da árvore até quarta-feira, exigindo vigilância contínua das autoridades até que o resfriamento total fosse alcançado. Durante esse período, o trânsito na área foi parcialmente interrompido e moradores ficaram em estado de alerta perante a possibilidade de novos focos de incêndio.
Indiciamento e possíveis penas
Após prestar depoimento na 2ª Delegacia de Polícia, o advogado foi indiciado por crimes ambientais, incêndio e dano qualificado. Se condenado, ele poderá enfrentar penas que podem chegar até 11 anos de prisão, refletindo a seriedade das consequências de seu ato impensado.
Retirada e destino da gameleira
Com a contenção do incêndio, a Novacap, companhia responsável pela urbanização e manutenção do Distrito Federal, iniciou a retirada dos restos da gameleira. Utilizando serras elétricas e escavadeiras, a empresa levou os pedaços da árvore, algumas das quais serão trituradas e utilizadas como adubo em jardins públicos. As partes que estiverem em boas condições terão um futuro mais nobre, sendo leiloadas junto com outras árvores recolhidas.
A previsão é de que o trabalho de remoção seja finalizado até sexta-feira, 17 de outubro. Além disso, uma nova operação está planejada para a retirada das raízes. Vale ressaltar que, por se tratar de uma espécie exótica, a gameleira não será substituída por outra de sua espécie, o que levanta questões sobre a vegetação nativa e a biodiversidade local.
A história da gameleira e seus significados
A gameleira, que passou por 40 anos de história, começou a ver seu fim há cerca de um ano, quando a Novacap optou por podar seus galhos devido ao risco de queda. A decisão gerou polêmica entre os moradores e comerciantes da região, que solicitaram que o tronco restante fosse mantido como uma espécie de legado, uma lembrança da sombra que a árvore proporcionava. Embora a Novacap não consiga estabelecer a data exata do plantio da árvore, é possível afirmar que a gameleira faz parte da história dos primeiros anos do Distrito Federal, quando diversas outras árvores semelhantes foram cultivadas.
A situação traz à tona questões sobre a preservação ambiental e a importância das arvores urbanas para a qualidade de vida nas cidades. Incidentes como o do advogado demonstram a necessidade de maior conscientização e educação sobre o respeito à natureza e ao patrimônio histórico das áreas urbanas.
Reflexões finais
O caso da gameleira queimada na Asa Norte serve como um alerta sobre os desafios que enfrentamos em nossa atuação com o meio ambiente. A interação entre seres humanos e a natureza é delicada e requer responsabilidade. Espera-se que, com a repercussão desse incidente, ações efetivas de preservação ambiental e de conscientização sejam intensificadas, tanto na esfera pública quanto na privada, para garantir que tragédias desse tipo não se repitam no futuro.