Brasil, 16 de outubro de 2025
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Forças armadas vão reforçar segurança das eleições suplementares em Santa Quitéria

O presidente Lula autorizou o uso das Forças Armadas para garantir segurança nas eleições de Santa Quitéria, após acusações de crime organizado.

As eleições suplementares em Santa Quitéria, no Ceará, estão marcadas para o dia 26 de outubro. Com a expectativa de um pleito tranquilo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto autorizando o emprego das Forças Armadas para reforçar a segurança durante o evento. Essa decisão foi tomada após a solicitação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a anuência do governador Elmano de Freitas.

Contexto das eleições em Santa Quitéria

A cidade de Santa Quitéria volta às urnas um ano após as eleições municipais de 2024, que resultaram na cassação do prefeito José Braga Barrozo (PSB). O motivo da cassação foi o abuso de poder político e econômico, com acusações de que Barrozo havia recebido suporte de facções criminosas durante sua campanha. O prefeito reeleito, conhecido como Braguinha, foi preso antes mesmo de tomar posse.

As acusações contra o político ocorreram em um contexto de intensa investigação por parte do Ministério Público Eleitoral (MPE), que levantou evidências de que o crime organizado, especificamente a facção Comando Vermelho, agiu de forma a influenciar o resultado das eleições. Dentro desse cenário, o MPE solicitou a cassação de Braguinha e seu vice ao constatar que a chapa se beneficiou de práticas ilícitas que comprometiam a legitimidade do pleito.

A atuação das Forças Armadas

De acordo com o decreto do presidente Lula, as tropas poderão agir conforme as necessidades determinadas pelo TSE durante o dia da votação e na apuração dos votos. Esse reforço é visto como uma medida necessária, dada a gravidade das ameaças e da interferência do crime organizado nos eventos anteriores, que incluíram até o oferecimento de drogas em troca de votos.

O atual prefeito interino, Joel Barrozo (PSB), também concorre ao pleito, assim como Cândida Figueiredo (União) e Dra. Lígia Protásio (PT). A eleição promete ser acirrada e sob vigilância rigorosa, devido ao histórico turbulento e à quantidade de votos válidos registrados nas últimas eleições, que chegaram a mais de 27 mil.

Influência do crime organizado nas eleições de 2024

O papel da facção Comando Vermelho nas eleições municipais de Santa Quitéria foi amplamente documentado pelas investigações. Testemunhas relataram que traficantes utilizaram drogas para corromper eleitores, fazendo com que suas vozes fossem silenciadas através de ameaças e intimidações. Os registros indicaram que a facção usou táticas de medo, incluindo mensagens de WhatsApp e pichações que advertiam apoiadores do candidato rival, Tomás Figueiredo (MDB), a abster-se de seu apoio.

As ameaças eram explícitas e tinham um objetivo claro: garantir a vitória de Braguinha, favorecido pelos criminosos em troca de sua proteção. A situação se agravou ao ponto de disparos contra as casas dos apoiadores do candidato do MDB, demonstrando a urgência e a necessidade da intervenção das Forças Armadas no próximo pleito.

Candidatos e expectativas para as eleições

A disputa nas eleições suplementares contará com três candidatos principais. Cândida Figueiredo, esposa do ex-prefeito Tomás Figueiredo, busca reverter o impacto negativo das investigações sobre o crime organizado. Joel Barrozo, o atual prefeito interino e filho de Braguinha, tenta assegurar a continuidade do legado familiar, enquanto Dra. Lígia Protásio, ex-vice-prefeita e prefeita interina durante crises anteriores, busca consolidar seu apoio junto à população.

Com um eleitorado de aproximadamente 41 mil habitantes, o resultado dessa eleição pode definir não apenas os rumos da cidade, mas também servir como um indicativo da resposta da sociedade ao envolvimento de crimes nas disputas políticas locais. Vivemos um momento crítico para a democracia em Santa Quitéria, e a atuação das Forças Armadas será um fator essencial para garantir a segurança e a lisura do processo eleitoral.

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