Um trecho do memoir póstumo de Virginia Giuffre, vítima conhecida do pedófilo Jeffrey Epstein, revela detalhes adicionais sobre o que ela afirma ter sofrido enquanto trabalhava para o financista de alto perfil. A obra, intitulada Nobody’s Girl: A Memoir of Surviving Abuse and Fighting for Justice, será lançada na próxima semana e expõe como Epstein a teria trafficado sexualmente para figuras influentes, incluindo políticos, milionários e o príncipe Andrew, da família real britânica.
Revelações sobre ameaças e chantagens
Antes do lançamento, um trecho divulgado revela como Giuffre conheceu Epstein e como ele a manipulou, além de “emprestá-la” para seus contatos. O trecho também conta que Epstein teria ameaçado Giuffre, na época com 16 anos, para que ela não relatasse o que acontecia, ameaçando inclusive ela e seu irmão mais novo.
“Sabemos onde seu irmão estuda”, teria ameaçado Epstein. “Deixe isso entrar na sua cabeça por um momento”, escreveu Giuffre. “Você jamais deve falar o que acontece nesta casa.” Ela descreve Epstein sorrindo, mas deixando clara a gravidade da ameaça: “E eu sou dono do departamento de polícia de Palm Beach. Então, eles não farão nada.”
Manipulação e abuso na infância
Giuffre detalha que, após ser abordada por Ghislaine Maxwell — atualmente cumprindo 20 anos de prisão — enquanto trabalhava no resort Mar-a-Lago, de Donald Trump, ela foi levada a constatar o abuso pela própria Maxwell e por Epstein, incluindo umamassagem em que teria sido sexualmente assaltada. Ela também relata que Epstein a incentivou a trabalhar com ele em tempo integral, abandonando seu emprego no resort.
Implicações com figuras públicas
Na introdução ao trecho, Giuffre menciona que conheceu Donald Trump em 2000, e afirma que o ex-presidente “não poderia ter sido mais cordial”. Trump chegou a afirmar, em julho, que Epstein “roubou” várias jovens que trabalhavam com ele, incluindo Giuffre.
Impacto e controvérsias
O livro promete lançar novas luzes sobre o alcance do abuso de Epstein e suas conexões com figuras poderosas. A carta de Giuffre reforça a narrativa de ameaças e manipulação prolongada e exibe o clima de impunidade que cerca o caso há anos. A publicação ocorre em um momento em que as investigações continuam a revelar detalhes do escândalo que chocou o mundo.