Brasil, 17 de outubro de 2025
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Crise no setor bancário: queda de ações e más dívidas preocupam investidores

O setor bancário enfrenta preocupações crescentes após falências e empréstimos problemáticos, impactando ações e confiança de investidores.

O setor bancário dos Estados Unidos está enfrentando um período de incerteza crescente após a falência de duas empresas do setor automotivo, que levantou questões sobre práticas de empréstimo e a resistência do mercado de crédito privado. As recentes oscilações nas ações de instituições financeiras, como Jefferies e Zions, têm deixado investidores apreensivos quanto à saúde dos bancos regionais e possíveis crises que possam surgir.

Fatores que levam à preocupação no mercado

As falências recentes de empresas ligadas à indústria automotiva, como a First Brands e a Tricolor Holdings, trouxeram à tona as fragilidades do setor. O fabricante de peças automotivas First Brands declarou falência no mês passado e anunciou a saída de seu CEO, Patrick James. A empresa agora enfrenta uma investigação criminal por parte do Departamento de Justiça, intensificando as preocupações sobre sua situação financeira.

A empresa Zions, em comunicado na quarta-feira, revelou que espera enfrentar uma perda significativa devido a empréstimos inadimplentes. Apesar de considerar que se trata de um incidente isolado, a instituição indicou que buscará uma revisão independente para investigar o caso. Já a Western Alliance denunciou a existência de fraudes por parte de um tomador de empréstimos, o que acirrou ainda mais as preocupações dos investidores, mesmo a empresa afirmando que poderia reafirmar suas projeções financeiras.

O impacto das penalidades financeiras

As ações do Jefferies caíram mais de 10% após o anúncio sobre sua exposição à First Brands, com um total de perdas que já alcança 25% em outubro, o que pode significar o pior mês desde o início da pandemia de Covid-19 em março de 2020. O investimento de hedge funds geridos pela Jefferies mostra que cerca de US$ 715 milhões estão atrelados a empresas vinculadas à First Brands, enquanto o UBS declarou ter uma exposição de aproximadamente US$ 500 milhões.

Anthony Elian, analista do JPMorgan, comentou que a sequência de problemas nos empréstimos é preocupante, mesmo que tenham sido considerados “contidos” e que os impactos financeiros possam ser limitados. Essa incerteza leva muitos investidores a agirem rapidamente, vendendo ações em resposta a potenciais riscos de crédito, principalmente para aqueles que estão ingressando neste setor.

O conceito de ‘baratas’ no mercado

CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, reforçou a analogia de que, ao se observar uma “barata” em um local, é provável que haja mais no ambiente. O sentimento de que poderão haver mais problemas no sistema financeiro reflete a paranoia atual dos investidores. Recentemente, o JPMorgan não teve exposição à First Brands, mas teve uma perda de US$ 170 milhões no último trimestre devido à Tricolor Holdings.

Mike Mayo, analista sênior do Wells Fargo, expressou que os investidores estão novamente à procura dessas “baratas” no mercado financeiro. Embora a qualidade de crédito em geral permaneça favorável, as debacles recentes enfatizam a estreita margem de erro existente nos mercados de crédito.

Um mercado de crédito ‘opaco’ e suas consequências

Peter Corey, da Pave Finance, destacou que a falta de transparência do mercado de crédito privado pode gerar um “grande surto de preocupações” mesmo sem a certeza de que existam problemas concretos. As revelações sobre empréstimos problemáticos afetaram profundamente as instituições financeiras regionais, que enfrentaram um estresse considerável ao longo dos últimos anos, especialmente após a crise provocada pelo colapso do Silicon Valley Bank em 2023.

Os gestores de ativos e outras organizações também foram impactados pelo receio proveniente da condição de alguns empréstimos. Na última queda das ações, alguns fundos experimentaram perdas acentuadas: a Blue Owl Capital caiu mais de 7%, enquanto outras como Ares Management e Blackstone perderam 6% e 3%, respectivamente.

Embora os grandes bancos tenham enfrentado quedas moderadas, como o JPMorgan, que viu suas ações caírem mais de 2%, ainda há um sentimento de que a situação precisa ser acompanhada de perto. Enquanto isso, a maioria dos bancos não está enfrentando uma crise sistêmica emergente, mas a recente turbulência alimenta a dúvida sobre a sustentabilidade do mercado financeiro à medida que a economia se enfraquece.

Esse momento histórico para o setor financeiro requer vigilância e uma análise cuidadosa, à medida que os investidores reavaliam estratégias e as instituições financeiras procuram consolidar suas operações frente a adversidades imprevistas.

Contribuições de Hugh Son, John Melloy e Scott Schnipper para este relatório.

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