Na quinta-feira (16), CEOs de empresas globais, incluindo Tim Cook, CEO da Apple, se encontraram com He Lifeng, principal negociador comercial da China, em Pequim. A reunião ocorreu em um contexto de crescentes tensões entre China e Estados Unidos, marcadas por ameaças tarifárias e restrições de exportação.
Reunião com He Lifeng e o cenário internacional
O encontro faz parte de uma reunião do conselho consultivo da Escola de Economia e Administração da Universidade de Tsinghua, da qual Cook é presidente. Essa reunião anual visa fortalecer os laços entre executivos, acadêmicos e a política chinesa, embora sua realização em um momento delicado indique a busca por diálogo estratégico.
Tensões entre China e Estados Unidos
O momento é marcado por uma escalada da guerra comercial, com Trump ameaçando a China por questões relacionadas à soja e com o país asiático reafirmando sua disposição em lutar até o fim na disputa, segundo declarações publicadas pelo GLOBO. Adicionalmente, a China anunciou restrições de exportação de terras-raras, utilizados em tecnologia e defesa, aumentando a complexidade das negociações, após acusações de Washington sobre o uso de tais minerais.
He Lifeng destacou que a China está disposta a aprofundar vínculos econômicos com todas as nações, esperando o apoio do conselho em seu desenvolvimento. A agência estatal Xinhua confirmou que a reunião ocorreu na Casa de Hóspedes do Estado Diaoyutai, em Pequim, uma sinalização de sua importância diplomática.
Possíveis encontros futuros e o cenário internacional
Segundo o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, há grande expectativa de que Donald Trump e Xi Jinping se encontrem na Coreia do Sul no final deste mês para retomar o diálogo. Bessent também indicou a possibilidade de sua viagem à Ásia acontecer antes do encontro oficial entre os líderes chineses e americanos, reforçando a importância das negociações em um momento de incerteza.
Impasse nas negociações comerciais
O ambiente de conflito é agravado pelas ações chinesas, como as novas restrições às exportações de terras-raras, que Pequim justificou como medidas defensivas frente às restrições dos EUA. Essas tensões elevam o risco de uma desaceleração global, com efeitos diretos na cadeia produtiva e nas relações diplomáticas.
Embora o encontro entre executivos internacionais e He Lifeng tenha ocorrido de forma discreta, a presença de figuras de peso na esfera econômica indica uma tentativa de mitigar os conflitos e buscar alinhamentos estratégicos que possam evitar uma crise maior.
Investimentos e doações
Tim Cook, além da reunião, anunciou na China a intenção de ampliar investimentos no país e realizou uma doação à Universidade de Tsinghua, uma das instituições mais prestigiadas da China e alma mater do presidente Xi Jinping. Essa ação reforça o interesse da Apple em consolidar sua presença em um mercado considerado crucial para o setor de tecnologia a nível global.
Especialistas avaliam que a participação de líderes empresariais em encontros diplomáticos pode ser uma estratégia para manter canais de comunicação abertos, mesmo em períodos de alta tensão, contribuindo para evitar o aprofundamento do conflito comercial.
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