Brasil, 17 de outubro de 2025
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Cássio Pantaleoni discute dilemas éticos da inteligência artificial

Filósofo e escritor avalia os impactos éticos e humanos da IA no evento AI Bank Summit 2025, destacando avanços e desafios atuais

O escritor e filósofo Cássio Pantaleoni apresentou, nesta quinta-feira (16), uma reflexão sobre os aspectos éticos e conceituais da inteligência artificial (IA) durante o AI Bank Summit 2025, realizado pela 4U EdTech e Cursos Edgar Abreu. Com formação em Filosofia pela PUC-RS e uma trajetória na tecnologia desde 1983, Pantaleoni destacou que a IA já faz parte do cotidiano e debate seu impacto na sociedade e na percepção da realidade.

A presença da IA no dia a dia e suas implicações

Segundo o palestrante, a inteligência artificial não é um fator futuro, mas uma realidade presente. “A IA não é um futuro, ela já é um presente. Estamos extremamente associados a ela de diversas formas. O Google, por exemplo, é um grande algoritmo de inteligência artificial. O Waze também”, afirmou. Ele destacou que a tecnologia vem sendo aprimorada há cerca de 75 anos e que o ser humano dificilmente abandona as inovações tecnológicas, que evoluem de forma contínua.

Pantaleoni apresentou uma linha do tempo que relaciona invenções da história, desde ferramentas de pedra até a internet e tecnologia móvel, reforçando que o desenvolvimento tecnológico é constante e transformador. “O fogo, no risco de se alastrar, vira uma vela; depois transforma-se em lâmpada. A tecnologia nunca nos abandona, e sempre pensamos em um poder artificial a ser concedido aos seres humanos”, explicou.

Impactos éticos e culturais da inteligência artificial

O filósofo abordou ainda as mudanças provocadas pela IA na percepção da realidade e na comunicação, destacando o risco de manipulação de informações e o viés dos dados. “A inteligência artificial nos traz um paradigma de como nos comunicamos e nos comportamos. Os números podem contar uma história ou serem selecionados para criar um viés”, afirmou.

Entre os temas discutidos, Pantaleoni destacou que “os problemas resolvem as pessoas”, ou seja, os obstáculos são essenciais para o crescimento e a formação do caráter. Ele também alertou sobre os limites éticos do uso da IA, especialmente na criação de talentos artificiais e na adulteração de realidades.

“Quando buscamos desbloquear nossa criatividade, a IA é positiva. Porém, criar uma realidade que não é verdadeira ou talentos que não possuímos é perigoso”, alertou. Ele apresentou ainda três correntes de pensamento que interpretam o papel da tecnologia no futuro humano: o trans-humanismo, o pós-humanismo e o ergo-humanismo, este último defendendo uma abordagem ética centrada no ser humano e na sua existência.

Competências humanas versus potencial da IA

No encerramento da palestra, Pantaleoni comparou as habilidades da inteligência artificial — automação, cálculos e análise de dados — com características humanas como pensamento crítico, criatividade, empatia e liderança. Ele reforçou que esses aspectos continuam exclusivamente humanos e essenciais para o desenvolvimento da sociedade.

Sobre o AI Bank Summit 2025

O evento, que termina nesta sexta-feira (17), reúne especialistas para discutir os impactos da IA no sistema financeiro, abordando temas como ética, inovação, regulação e educação financeira. Segundo o organizador Edgar Abreu, o objetivo é preparar o mercado para uma nova estrutura impulsionada pela tecnologia. “A IA é um novo paradigma para bancos, fintechs e investidores“, afirmou.

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