O aumento dos casos de intoxicação por metanol, uma substância extremamente tóxica, está preocupando as autoridades de saúde em São Paulo. Dados divulgados pela TV Globo, em colaboração com a Prefeitura da cidade, indicam que a maioria dos casos confirmados entre setembro e outubro deste ano está concentrada na Zona Sul da capital paulista, onde a situação se torna cada vez mais alarmante.
Panorama atual das intoxicações na cidade
Até o dia 15 de outubro, foram registrados 21 casos de intoxicação por metanol na cidade. Este número inclui uma adolescente de 16 anos do Itaim Bibi e adultos entre 20 e 64 anos, predominantemente de bairros do extremo Sul, como Cidade Dutra, Jardim São Luís e Grajaú. A Cidade Dutra é a região mais afetada, com quatro ocorrências confirmadas, seguida pelo Jardim São Luís, com dois casos. Outros bairros da Zona Sul, como Sacomã, Capão Redondo e Parelheiros, também apresentaram registros preocupantes.
Embora os casos estejam concentrados na Zona Sul, a intoxicação por metanol não se limita a essa região. A Zona Leste também registrou ocorrências, principalmente nos bairros da Mooca, Tatuapé e Vila Formosa, enquanto o Butantã, na Zona Oeste, e a Consolação, na área central, também tiveram casos isolados.
Tragédia das mortes por intoxicação
De acordo com as autoridades, o número de mortes confirmadas por ingestão de bebida alcoólica adulterada com metanol subiu de cinco para seis. A nova vítima, Leandro Anderson, de 37 anos, morador de Jundiaí, estava internado desde 3 de outubro e faleceu na última terça-feira (14). As outras vítimas são pessoas de diferentes idades e localidades, incluindo Ricardo Lopes Mira (54), Marcos Antônio Jorge Júnior (46), Marcelo Lombardi (45), Bruna Araújo (30) e Daniel Antonio Francisco Ferreira (23), que residiam em diversas partes da Grande São Paulo.
Essas tragédias acendem um alerta: são 33 casos confirmados de intoxicação por metanol e 57 em investigação, com 339 descartados. A quantidade de vítimas fatais e as características dos casos ressaltam a urgência para ações efetivas.
Protocolos de atendimento e prevenção
Diante do cenário emergencial de intoxicações, a Secretaria de Saúde de São Paulo estabeleceu um protocolo padrão para atendimento de pacientes que relatam sintomas após o consumo de bebidas destiladas. É crucial que, nas primeiras horas após a intoxicação, os pacientes procurem as unidades de saúde. Os sintomas incluem sonolência, tontura, dor abdominal, náuseas, vômitos, confusão mental e visão turva, entre outros.
Nas últimas semanas, a Polícia Civil de São Paulo fez um trabalho importante ao destruir mais de 100 mil garrafas de bebidas apreendidas em um galpão clandestino na Zona Leste da capital. Esse material, que pesava em torno de 7 toneladas, foi devidamente encaminhado para reciclagem. Essas ações visam reduzir a circulação de bebidas adulteradas e proteger a população.
Importância da conscientização
A gravidade da situação precisa ser amplamente divulgada para que mais pessoas tomem conhecimento sobre os perigos do consumo de bebidas adulteradas, especialmente aquelas que podem conter metanol, uma substância que pode levar a sérios problemas de saúde e até à morte. O trabalho das autoridades, combinado com a conscientização da população, é essencial para reverter esse quadro alarmante.
É fundamental que os consumidores de bebidas alcoólicas estejam atentos e informados sobre os riscos associados ao consumo de produtos de procedência duvidosa. As famílias devem ser alertadas quanto à segurança ao optar por bebidas em festividades ou consumo cotidiano. A prevenção, através da educação e informação, será a melhor forma de evitar novas tragédias no futuro.
O cenário atual em São Paulo é um lembrete urgente sobre a necessidade de vigilância e ação contra práticas criminosas de adulteração de produtos, que afetam diretamente a saúde e a vida da população.