A partir de sua nova fábrica em Camaçari, na Bahia, a BYD inicia uma nova fase de competitividade no mercado brasileiro de veículos elétricos e híbridos. Com produção local, a montadora chinesa promete oferecer modelos com preços mais acessíveis, beneficiando-se de isenções fiscais e vendas diretas ao consumidor.
Preços mais competitivos e incentivos fiscais para veículos da BYD
Além do Dolphin Mini, modelos como BYD King e BYD Song Pro terão isenção de IPI e ICMS para clientes de vendas diretas, o que deve impulsionar as vendas da marca no Brasil. Segundo a fabricante, essa estratégia visa combater a alta tarifa de veículos elétricos, que ainda é uma barreira para muitos consumidores.
Dolphin Mini: nova versão de entrada mais barata
O Dolphin Mini GL, versão de entrada, terá preço sugerido de R$ 118.990,00, com descontos de 10% na venda direta, reduzindo o valor para R$ 107.091,00 para microempresas e produtores rurais. Pessoas com deficiência (PCD) pagarão R$ 99.990,00, e os taxistas, R$ 98.590,00, considerando as isenções fiscais.
A nova versão do compacto elétrico conta com bateria de 30,08 kWh e autonomia de até 250 km, abaixo dos 280 km da versão anterior, mas mantém um motor de 75 cv. Desde o lançamento na China, em 2023, o Dolphin Mini acumula mais de 1 milhão de unidades vendidas globalmente, liderando o segmento de elétricos puros no Brasil com 22.294 unidades comercializadas de janeiro a setembro, segundo a consultoria K. Lume.
Modelos híbridos: King e Song Pro também têm descontos
Além do Dolphin Mini, os SUVs híbridos BYD Song Pro e o sedã BYD King terão descontos de até 15% na venda direta. O Song Pro GL, que custa R$ 189.990,00, sai por aproximadamente R$ 147.990 com o desconto para clientes da modalidade, enquanto o King, de R$ 169.990,00, pode sair por cerca de R$ 124.990 na versão mais acessível.
Desde o início das vendas no Brasil, o Song Pro já alcançou 11.767 unidades vendidas, enquanto o King soma 9.308 unidades comercializadas até setembro, consolidando a presença da BYD no mercado nacional.
Expansão da produção no Brasil e impacto no mercado automotivo
A nova fábrica da BYD, que iniciou operações em outubro passado, é um investimento de R$ 5,5 bilhões e tem capacidade para produzir até 150 mil veículos por ano, com previsão de dobrar essa quantidade até 2030. A instalação tem uma área de 4,6 milhões de metros quadrados e visa ampliar a competitividade da marca, que também busca promover preços mais acessíveis aos consumidores.
Especialistas avaliam positivamente a entrada da BYD na produção nacional. Ferdinand Dudenhöffer, professor do Centro de Pesquisa Automotiva na Alemanha, destaca que a produção local deve levar a uma maior concorrência e a preços mais baixos, mesmo que longe da guerra de preços presente na China.
Perspectivas para o mercado de veículos elétricos no Brasil
Com a produção em solo brasileiro, a BYD espera fortalecer sua posição no segmento de elétricos e híbridos, ampliando suas vendas e ajudando a reduzir o preço dos veículos no país. A perspectiva é de que, ao longo dos próximos anos, mais montadoras adotem estratégias semelhantes, beneficiando os consumidores com maior variedade e acessibilidade.
Outros players fortalecem a concorrência
Além da BYD, a chinesa Great Wall Motor (GWM) também iniciou a produção no Brasil, na fábrica de Iracemápolis, focando em SUVs de tecnologia avançada, com preços a partir de R$ 199 mil. A entrada de novas fabricantes reforça a tendência de crescimento do mercado de veículos elétricos no Brasil.
Mais informações sobre o início das vendas diretas da BYD podem ser acessadas na reportagem do GLOBO.
