Brasil, 17 de outubro de 2025
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Ameaças dos EUA a Venezuela são inaceitáveis, diz presidente do PT

Edinho Silva criticou ação dos EUA em discurso durante evento em Brasília.

O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Edinho Silva, manifestou-se de forma contundente sobre as ameaças do governo dos Estados Unidos ao regime de Nicolás Maduro, líder da Venezuela. Durante o evento de abertura do Congresso do PCdoB, em Brasília, na noite desta quinta-feira, Silva afirmou que as ações dos EUA são “inaceitáveis”, ecoando a preocupação com a situação política e social na América Latina.

Críticas ao governo Trump

Edinho Silva fez suas declarações logo após o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, ter se reunido em Washington com o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, para tratar das tarifas impostas pela administração Trump às exportações brasileiras. Em seu discurso, Silva frisou as pressões desencadeadas pela política exterior americana, que, segundo ele, afetam todo o continente sul-americano.

“Nós estamos vendo as ofensivas que o Brasil tem sofrido por meio do governo Trump. É inaceitável as ameaças contra o governo da Venezuela e seu povo”, disse Edinho, enfatizando a gravidade da situação.

O envolvimento da CIA na Venezuela

Recentemente, o governo de Donald Trump autorizou a Agência Central de Inteligência (CIA) a conduzir operações secretas na Venezuela, uma decisão que tem gerado preocupação internacional. Essa medida foi confirmada pelo próprio Trump e relatada pelo New York Times. Tal autorização marca um passo alarmante na escalada da pressão dos Estados Unidos sobre Caracas, onde a administração alegou que intensificaria seus esforços de combate ao tráfico de drogas, embora muitos vejam isso como uma forma de interferência política.

Desde agosto, os Estados Unidos têm enviado navios de guerra para o Caribe, intensificando uma suposta operação de combate ao narcotráfico. Entretanto, grupos de direitos humanos e o governo venezuelano classificaram esses ataques como “execuções extrajudiciais”, resultando em 27 mortes em ações de combate que ocorreram em águas venezuelanas.

Execuções sem processo legal

O presidente do PT, em seu discurso, não poupou críticas às ações americanas, chamando de “inaceitável” o fato de que cidadãos venezuelanos estariam sendo alvo de execuções sem nenhum tipo de processo legal que confirmasse suas atividades criminosas. “Quando não se permite o contraditório, isso é execução. Isso é crime internacional”, declarou Silva, demonstrando a preocupação com os direitos humanos na região.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações, Luciana Santos, que estava presente no evento, também se uniu ao coro de críticas em relação ao governo Trump. Em suas palavras, ela pediu cautela diante da crescente tensão militar na região, levando em conta o clima de guerra que poderá se instalar caso as ameaças continuem.

“Devemos manifestar, diante da situação a que temos assistido, nosso repúdio veemente às ameaças e às ingerências contra o povo irmão da Venezuela”, enfatizou Santos, sublinhando a necessidade de diálogo e respeito entre os países da América Latina.

Pontos de vista divergentes

As declarações de Edinho Silva e Luciana Santos refletem uma postura crítica que é comum entre setores mais progressistas da política brasileira, que vêem com preocupação a política do governo Trump e suas implicações em questões de soberania e direitos humanos. O evento contou com a presença de outras autoridades, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e diversos ministros, todos unidos em defesa de um posicionamento claro contra as interferências externas na política sul-americana.

A postura adotada pelo PT e seus aliados sugere um claro chamado para a defesa da autodeterminação dos povos da América Latina, ressaltando que pressões externas podem desestabilizar a região, criando um clima de tensão e conflito.

O futuro da relação Brasil-EUA

Com o desdobramento desses eventos, as relações entre Brasil e Estados Unidos se apresentam em um momento delicado, onde o governo brasileiro se vê na difícil tarefa de equilibrar a diplomacia e os interesses internos. Como a situação na Venezuela continua a evoluir, o papel do Brasil se torna cada vez mais relevante, podendo ser um mediador ou um crítico em relação às políticas americanas na região.

Com as declarações de Edinho Silva, o PT reafirma sua posição crítica em relação à política externa dos EUA, enfatizando a necessidade de uma postura independente e solidária entre os países da América Latina, numa época em que a unidade e a cooperação são mais necessárias do que nunca.

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