O presidente Donald Trump confirmou nesta terça-feira (15) que os Estados Unidos realizaram uma nova ofensiva naval contra uma embarcação suspeita de traficar drogas na região marítima próxima à costa da Venezuela. A ação aconteceu em águas internacionais e matou seis indivíduos, segundo Trump, que divulgou vídeos do ataque em suas redes sociais.
Detalhes do ataque e contexto
De acordo com Trump, a embarcação estava transitando por uma rota comum a grupos de narcoterroristas e carregava uma grande quantidade de drogas destinadas aos Estados Unidos. “As análises de inteligência confirmaram que a embarcação era vinculada a redes ilícitas de narcoterrorismo e trafegava por uma rota conhecida dessas organizações”, afirmou o presidente em publicação no Truth Social.
O vídeo, de 34 segundos, mostra a embarcação sendo atingida e atingida por chamas logo após o ataque aéreo. Trump e o secretário de Guerra, Pete Hegseth, divulgaram o material em suas redes sociais, reforçando a narrativa de combate ao tráfico de drogas e organizações terroristas.
Histórico de operações similares
Desde o início de setembro, os EUA já efetuaram cinco ataques semelhantes às embarcações, acusadas de transportar drogas para os Estados Unidos sem serem formalmente apresentadas evidências concretas por parte do Pentágono até o momento. Segundo Trump, 27 pessoas já foram mortas em ataques desse tipo nesse período.
O mais recente, realizado na terça-feira, é o quinto ataque reportado pelo governo americano contra embarcações suspeitas de tráfico na região. Em 3 de outubro, Hegseth confirmou a morte de quatro homens durante uma operação semelhante.
Controvérsia jurídica e críticas internacionais
Apesar da narrativa oficial, especialistas questionam a legalidade dessas ações no âmbito do direito internacional e dos Estados Unidos. O Pentágono ainda não apresentou provas concretas de que as embarcações estavam envolvidas no transporte de narcóticos ou tinham vínculos com organizações terroristas, o que alimenta debates e críticas sobre a legitimidade das operações.
“Essas ações podem violar leis internacionais e não há garantias de que estejam sendo conduzidas de acordo com o direito”, afirmou a analista de segurança internacional Mariana Lopes, da Universidade de Brasília. Ainda não há uma resposta oficial da Venezuela ou de órgãos internacionais a respeito dessas operações.
Perspectivas e impactos
Especialistas avaliam que, embora os ataques reforcem uma postura de combate ao tráfico na região, eles também podem gerar tensões diplomáticas e questionamentos jurídicos. O andamento das investigações e a apresentação de evidências claras serão essenciais para a legitimidade dessas ações futuras dos EUA na área.
Autoridades venezuelanas e organismos internacionais continuam acompanhando a situação, enquanto o debate sobre o uso de força e o respeito às leis internacionais permanece em alta.