Brasil, 15 de outubro de 2025
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Treinamento de resistência pode transformar a microbiota intestinal

Estudo revela que levantar pesos duas a três vezes por semana altera a microbiota intestinal em apenas oito semanas.

Um novo estudo sugere que a prática de treinamento de resistência, mesmo em pessoas que nunca se exercitaram antes, pode alterar de maneira significativa as trilhões de bactérias que habitam o intestino. Com apenas duas a três sessões semanais durante um período de oito semanas, é possível notar mudanças substanciais na microbiota intestinal dos participantes. Essa pesquisa foi realizada pela Universidade de Tübingen, na Alemanha, e apresenta implicações importantes para a saúde metabólica e intestinal.

O impacto do treinamento de resistência na microbiota intestinal

O estudo destacou que os indivíduos recrutados, que não costumavam se exercitar, mostraram mudanças significativas na composição de suas microbiotas intestinais após o início do treinamento. O ganho de força estava associado a alterações nos tipos de bactérias presentes no intestino, com ênfase em Faecalibacterium e Roseburia hominis, ambos Conhecidos por seus benefícios à saúde intestinal.

Esses micro-organismos estão relacionados à produção de butirato, um ácido graxo de cadeia curta que ajuda a fornecer energia ao corpo e mantém a saúde do intestino. Segundo os pesquisadores, a mudança nos níveis dessas bactérias indica que o exercício físico pode atuar como um modulador positivo da microbiota, potencializando a absorção de nutrientes e a saúde digestiva.

A pesquisa e suas descobertas

No estudo, 150 participantes foram divididos entre aqueles que realizavam exercícios com pesos mais leves e mais repetições e aqueles que optavam por pesos mais pesados com menos repetições. Ambos os grupos apresentaram melhorias semelhantes em força e composição corporal, uma descoberta que ressalta a flexibilidade do treinamento de resistência para diferentes perfis de participantes.

Os investigadores coletaram amostras de fezes no início do programa e após quatro e oito semanas para observar alterações na microbiota intestinal. Os resultados indicaram que alguns indivíduos, conhecidos como “respondedores altos”, mostraram ganho de força superior a 33%, enquanto outros, os “respondedores baixos”, aumentaram a força em menos de 12%.

Um olhar mais profundo sobre os respondedores altos

Os “respondedores altos” apresentaram um aumento notável nos tipos de bactérias benéficas, enquanto as amostras dos “respondedores baixos” não mostraram essas mesmas mudanças. Durante a análise, os cientistas notaram que, apesar do aumento de algumas bactérias associadas à saúde, outras frequentemente relacionadas a condições desfavoráveis também mudaram, tornando a questão da boa e má bactéria mais complexa do que muitos imaginam.

A investigação ainda levantou questões sobre a causalidade entre o ganho de força e as alterações na microbiota. Os pesquisadores não conseguiram determinar se as mudanças nas bactérias eram resultado direto do exercício ou se o aumento de força já havia influenciado essa alteração. Isso destaca a complexidade da microbiota intestinal e sua singularidade em cada indivíduo.

A relevância dos resultados para a saúde e o bem-estar

Embora os resultados ainda precisem passar por revisão por pares, as descobertas desse estudo contribuem para a crescente evidência de que o exercício físico traz benefícios que vão além da saúde física. Os efeitos positivos da atividade física sobre a microbiota intestinal também têm implicações para a saúde mental e o bem-estar geral dos indivíduos.

O impacto do que comemos, dormir bem e manter uma rotina de exercícios bem estruturada é fundamental para o equilíbrio da nossa microbiota. O estudo é um passo importante para entender melhor como nossas escolhas de estilo de vida podem moldar não apenas nossa saúde física, mas também a composição de bilhões de micro-organismos dentro de nós.

Considerações finais sobre o estudo

Os autores enfatizam que, embora as descobertas sejam promissoras, elas não devem ser interpretadas como uma solução rápida para problemas de saúde. Cada microbioma é único e responde de maneira diferente a diversos fatores, incluindo dieta, estilo de vida e genética. Portanto, é essencial que qualquer um que considere fazer alterações em sua rotina de exercícios ou dieta consulte um profissional de saúde qualificado.

À medida que mais pesquisas são realizadas, continua a surgir evidência sobre a importância do exercício regular não apenas para a saúde física, mas também para a manutenção de um microbioma intestinal saudável. Isso reforça ainda mais a ideia de que um estilo de vida ativo e equilibrado é crucial para o bem-estar geral.

Aviso: Esta pesquisa é baseada em um preprint que ainda não passou pela revisão por pares. Os resultados são preliminares e não devem ser considerados conselho médico.

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