Brasil, 15 de outubro de 2025
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Teoria intrigante sugere que alienígenas podem estar entediados

Uma nova pesquisa aponta que civilizações extraterrestres podem ter tecnologia apenas um pouco mais avançada que a nossa e ter desistido de se comunicar.

Por séculos, pensadores têm se perguntado por que, dado os bilhões de planetas na galáxia, não temos visto sinais convincentes de vida inteligente além da Terra. Agora, cientistas estão considerando uma possibilidade intrigante: se alienígenas existem, sua tecnologia pode ser apenas marginalmente melhor que a nossa. Após explorar seu bairro cósmico por um tempo, eles simplesmente se entediaram e pararam de tentar se comunicar, dificultando a nossa detecção.

O princípio da “mundanidade radical”

A nova abordagem, descrita em um paper recente, adota o princípio da “mundanidade radical”, que descarta a ideia de extraterrestres que viajam pelo universo após dominar físicas que não compreendemos. Em vez disso, sugere uma Via Láctea que abriga um número modesto de civilizações, cujas tecnologias não são muito mais impressionantes que as nossas.

“A ideia é que eles sejam mais avançados, mas não muito mais. É como ter um iPhone 42 em vez de um iPhone 17”, disse o Dr. Robin Corbet, pesquisador sênior da Universidade de Maryland, Baltimore County, que trabalha no Centro de Voo Espacial Goddard da Nasa. “Isso parece mais possível, mais natural, porque não está propondo nada muito extremo.”

A busca por vida extraterrestre

A busca por inteligência extraterrestre (SETI) tem focado na detecção de “tecnosinalizadores”. Civilizações avançadas poderiam anunciar sua existência construindo potentes faróis a laser, facilmente divisíveis de outros planetas. Elas podem se revelar enviando sondas robóticas através da galáxia ou construindo estruturas enormes no espaço para capturar a energia de suas estrelas.

Contudo, o princípio da mundanidade radical afirma que não é assim. Ele explica o “grande silêncio” sugerindo que civilizações extraterrestres atingem um platô tecnológico não muito acima de nossas capacidades. “Eles não têm tecnologia mais rápida que a luz, não utilizam máquinas baseadas em energia escura ou buracos negros. Eles não estão dominando novas leis da física”, explicou Corbet.

Possíveis implicações e reações da comunidade científica

Se essa teoria for verdadeira, civilizações alienígenas teriam dificuldades em operar faróis laser poderosos por milhões de anos. Elas não viajariam entre planetas e, após explorar a galáxia com sondas robóticas, poderiam se entediar com as informações recebidas e desistir da exploração espacial.

O autor de ficção científica Arthur C. Clarke é conhecido por dizer: “Duas possibilidades existem: ou estamos sozinhos no universo, ou não estamos. Ambas são igualmente aterradoras.” Corbet suspeita que a verdade pode estar em algum lugar entre essas duas possibilidades “em um universo um pouco mais mundano, e, portanto, menos aterrador”. O contato com alienígenas, segundo ele, “poderia nos deixar um tanto decepcionados”.

O Professor Michael Garrett, diretor do Jodrell Bank Centre for Astrophysics, elogiou a “nova perspectiva”, mas expressou reservas. “Isso projeta uma apatia muito humana sobre o restante do cosmos. Acho difícil acreditar que toda vida inteligente seria tão uniformemente monótona”, disse ele, acrescentando que qualquer platô tecnológico poderia estar bem acima do nosso nível atual.

Em um outro artigo que será publicado no Acta Astronautica, Garrett favorece uma teoria diferente. “Eu inclino-me a uma explicação mais aventureira do paradoxo de Fermi: talvez outras civilizações, pós-biológicas, avancem tão rapidamente que escorreguem além de nossa capacidade de percebê-las”, afirmou. “Espero estar certo, mas posso muito bem estar errado. A natureza sempre reserva alguma surpresa.”

O professor Michael Bohlander, especialista em política de SETI e direito na Universidade de Durham, sugeriu que evidências já podem ter chegado até nós na forma de fenômenos aéreos inexplicáveis, ou UAPs. “Se apenas uma pequena porcentagem desses objetos for considerada não feita pelo homem – e as capacidades exibidas por eles em inúmeras aparições sugerem, no mínimo, um estado de desenvolvimento muito além da tecnologia humana conhecida – a pergunta de Fermi, ‘Onde está todo mundo?’, poderia ser respondida empiricamente”, comentou.

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