No Dia do Professor, comemorado em 15 de outubro, a história de Natalia Nogueira é um verdadeiro exemplo de tradição e conexão entre gerações. Formada em Educação e envolvida com arte desde os 11 anos, Natalia decidiu abrir seu ateliê após a pandemia, com o objetivo de criar laços reais entre mulheres. Sua paixão por ensinar e compartilhar conhecimentos vem diretamente de sua avó, que não apenas foi educadora, mas também uma talentosa “crocheteira”.
A herança do ensino na família
A trajetória de Natalia na arte começou cedo, inspirada pela convivência com sua avó. Em 1998, ao observar sua tia fazendo lembrancinhas para o nascimento de sua prima, Natalia ficou fascinada. “Acompanhar aquelas mulheres reunidas bordando parecia mágico, era uma força invisível”, conta. Essa curiosidade a levou a se inscrever para uma prova de seleção para o magistério aos 15 anos, dando início à sua jornada no campo da educação.
Com apenas 16 anos, Natalia já tinha experiências em sala de aula e, após completar os três anos de magistério, ingressou no curso de Artes Plásticas na Unesp. Desde então, ela vem conciliando a educação formal com suas raízes artísticas, sempre mantendo viva a tradição de bordado e crochê ensinada por sua avó.
Aulas que conectam passado e presente
Atualmente, Natalia administra um ateliê em Bauru, onde as aulas de artesanato se tornaram bastante populares, com turmas esgotadas em poucos meses. O que a surpreendeu, entretanto, foi descobrir que algumas de suas alunas, que agora aprendem a arte do crochê sob sua orientação, foram também alunas de sua avó, Cleide Nascimento. Essas alunas lembraram até de uma cantiga que sua avó costumava cantar durante as aulas.
“É incrível pensar que, 40 anos depois, eu estou ensinando as alunas da minha avó. Para mim, é um testemunho de como a educação e a arte podem transcender gerações”, reflete Natalia, visivelmente emocionada com a descoberta.
Um legado que perdura
O ateliê de Natalia não é apenas um espaço de aprendizado; é um local onde se preserva a memória familiar e as tradições passadas. “Eu herdei da minha avó a vontade de ensinar e compartilhar saberes manuais. É um privilégio poder ensinar outras mulheres tudo o que aprendi com as figuras femininas da minha vida. Essas conexões são importantes e criam uma rede de apoio e aprendizado entre nós”, explica.
A arte, para Natalia, vai muito além do simples aprender a bordar ou crochetar. Ela representa a continuidade de uma história familiar que através do conhecimento e do carinho se mantém viva. “Eu carrego esse saber que vem de minhas ancestrais e sinto que é meu dever ensinar e compartilhar com outras mulheres”, finaliza.
Na visão da professora, o bordado é um símbolo de conexão, um espaço de criatividade e, acima de tudo, um vetor de amor e conhecimento que se perpetua. A jornada de Natalia Nogueira é uma lembrança poderosa de que ensinar é, antes de tudo, um ato de amor.
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