Brasil, 15 de outubro de 2025
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PGR solicita arquivamento de tentativa de intimação de Moraes pelos EUA

Procuradoria-Geral da República defende que decisões do ministro do STF só podem ser contestadas na Justiça brasileira, rejeitando ação dos EUA

A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) um parecer sigiloso pedindo o arquivamento de uma ação de empresas de Donald Trump, que tentaram intimar o ministro Alexandre de Moraes no Brasil por uma decisão na Justiça dos Estados Unidos. O caso aponta para um conflito de jurisdição e a soberania nacional diante de ações internacionais.

PGR reforça limites da jurisdição brasileira sobre decisões de Moraes

Segundo apuração do blog, a PGR afirmou que a ação, movida pela Rumble e pela Trump Media, trata de atos de Estado brasileiros, ou seja, decisões tomadas por Moraes na condição de integrante do Supremo Tribunal Federal. Para a procuradoria, esses atos só podem ser contestados na Justiça brasileira, pois uma intervenção estrangeira violaria a soberania do país.

O parecer destaca ainda que o pedido de notificação do ministro nos Estados Unidos tem como objetivo destravar uma ação movida na Flórida, onde plataformas de Trump questionam ordens do STF que determinaram a remoção de perfis bolsonaristas. Ainda sobre o processo, está pendente no STJ uma análise sobre cartas rogatórias, documentos que tratam de cooperação jurídica internacional, como a intimação de Moraes.

Impasso na Justiça americana e debates sobre soberania

Desde agosto, as plataformas acionaram a Justiça americana, alegando censura e perseguição judicial. No entanto, a tramitação brasileira enfrenta dificuldades, pois Moraes ainda não foi oficialmente intimado, gerando a necessidade de uma decisão do STJ para realizar a notificação e avançar na ação na Flórida.

O parecer da PGR argumenta que atos jurisdicionais brasileiros, como a decisão de Moraes, não poderiam ser questionados fora do país, sob risco de comprometer a soberania nacional e a independência do Poder Judiciário, princípios garantidos por tratados como o Pacto de San José da Costa Rica e o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos.

Posição do STJ e opiniões distintas

O presidente do STJ, ministro Herman Benjamin, ainda não decidiu se acatará o posicionamento da PGR, que afirma que a recusa do reconhecimento da carta rogatória não ofende a soberania brasileira, e sim busca proteger o entendimento de que decisões do STF só podem ser contestadas aqui.

Para o advogado norte-americano Martin De Luca, defensor do Rumble, o Brasil teria a obrigação de intimar Moraes. “Adiar a intimação para proteger o ministro Moraes só reforça o cerne da nossa ação, que ele exerce poder sem responsabilidade. O Estado de Direito exige que Moraes seja citado e que o processo siga adiante”, afirmou ao blog.

Perspectivas e próximos passos

O caso permanece sob análise de Herman Benjamin, sem prazo definido para decisão. A ação deve avançar na medida em que Moraes seja formalmente notificado, o que permitiria destravar o processo na Justiça americana e reforçar a discussão sobre jurisdição e soberania nacional em casos envolvendo decisões do Supremo Tribunal Federal.

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