Brasil, 15 de outubro de 2025
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Papa Leo XIV reformula gestão financeira do Vaticano com abertura a intermediários

O Papa Leo XIV introduziu mudanças na gestão dos investimentos da Santa Sé, permitindo a participação de outros operadores financeiros internacionais.

Na semana passada, o Papa Leo XIV anunciou uma reforma significativa na arquitetura financeira da Santa Sé, com a revogação do monopólio do Instituto para as Obras de Religião (IOR), popularmente conhecido como “Banco do Vaticano”. A mudança ocorre por meio do motu proprio Coniuncta Cura, publicado em 6 de outubro, que possibilita o uso de intermediários financeiros credenciados para gerir parte dos recursos do Vaticano.

Reforma na gestão dos investimentos do Vaticano

Até agora, as operações de investimento do Vaticano eram exclusivas do IOR, que atuava como uma espécie de grande fundo de investimentos. Com a nova regulamentação, o gerenciamento pode ser realizado também pela APSA (Administração do Patrimônio da Sede Apostólica), responsável pelos ativos imobiliários e valores financeiros da Santa Sé.

“Se há um montante a ser investido, anteriormente tudo era feito apenas pelo IOR; agora, também pode ser utilizado o serviço de organizações financeiras externas credenciadas”, explica Mimmo Muolo, especialista em finanças do Vaticano e jornalista da revista Avvenire. Segundo ele, a iniciativa visa aplicar o princípio de diversificação econômica, já presente em outras instituições financeiras.

Reativação do setor financeiro externo do Vaticano

Com a mudança, o Vaticano busca revitalizar seu “outro pulmão econômico-financeiro”: a APSA, que administra aproximadamente 2.400 apartamentos em Roma e Castel Gandolfo, além de cerca de 600 unidades alugadas ou utilizadas como escritórios.

Muolo enfatiza que o IOR não é uma instituição bancária tradicional, mas um fundo de investimento voltado à canalização de recursos, enquanto a APSA é considerada o “verdadeiro banco” do Vaticano, gerenciando imóveis e ativos financeiros.

“O objetivo desta reforma é garantir a sustentabilidade econômica da Santa Sé, que possui uma estrutura de aproximadamente 5.000 funcionários e depende das receitas geradas por seus investimentos”, esclarece Muolo.

Reorganização para melhorar o desempenho econômico

Para o especialista, a decisão reflete uma tentativa de reorganizar a gestão, promovendo maior eficiência e aproveitamento de oportunidades externas. “Antes, existia um monopólio do IOR na gestão financeira; agora, passamos a estimular uma competição interna que poderá gerar melhores resultados”, avalia.

A medida também representa uma mudança na direção da política financeira do Vaticano, que, sob o pontificado de Francisco, centralizou as receitas na gestão do próprio banco e APSA, principalmente devido às dificuldades econômicas durante a pandemia de COVID-19.

Perspectivas futuras e críticas à reforma

Muolo destaca que a prática de reformar mudanças anteriores é natural e saudável, reconhecendo que nem toda iniciativa produz os efeitos desejados imediatamente. “A correção de rumos faz parte do processo de aprimoramento contínuo”, afirma.

Ele avalia que, ao abrir as portas para operadores externos, o Vaticano busca maximizar rendimentos sem desviar de suas regras éticas de investimento. “Leo XIV não atua por capricho, mas respondendo a relatórios, análises e consultorias especializadas”, conclui Muolo.

Por fim, a reforma sinaliza um movimento de adaptação da Santa Sé às exigências do cenário financeiro internacional, reforçando sua busca por estabilidade e transparência no gerenciamento de seus recursos.

Para mais detalhes, acesse a matéria original no site da ACI Prensa.

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