Durante audiência geral na Praça de São Pedro nesta quarta-feira (15), o Papa Leo XIV ressaltou que a esperança cristã “promete e realiza” o desejo profundo do coração humano por plenitude, mesmo diante das dificuldades da atualidade. Ele afirmou que essa esperança não é apenas otimismo, mas uma certeza que garante que há alguém que sustenta a nossa humanidade.
A esperança que “não decepciona”
Segundo o pontífice, “essa esperança coincide com a certeza de que nada pode frustrar ou destruir o nosso desejo de plenitude”. Ele explicou que, ao contrário do otimismo, que muitas vezes pode nos decepcionar, a esperança cristã é uma promessa que se realiza, alimentando a confiança que temos em Deus. “Isso não é simplesmente pensar positivamente, mas uma certeza que transforma nossas vidas”, frisou.
Reflexões sobre Cristo e a esperança no mundo atual
Leo XIV emergiu sua meditação na ressurreição de Jesus, relacionando-a com “a realidade humana e histórica de hoje, com suas perguntas e desafios”. Ele destacou que, da ressurreição de Cristo, nasce uma esperança que nos aproxima de uma paz profunda e alegre, independentemente das fadigas da vida.
“Só no Cristo Ressuscitado encontramos a plenitude que buscamos”, declarou o Papa. Ele lembrou que a existência humana é marcada por contrasts — alegria, tristeza, gratidão, estresse —, mas que somente em Jesus encontramos sentido e realização plena.
A tensão entre desejos e limitações
O Papa reconheceu que a rotina moderna nos leva a uma busca incessante por sucesso e reconhecimento, enquanto muitas vezes permanecemos em um estado de suspensão, esperando por realizações que parecem nunca chegar. “Sentimo-nos sempre na iminência de algo maior, sempre faltando alguma coisa”, analisou.
Entretanto, ele destacou que esse sentimento de “falta” é um chamado para encontrarmos a plenitude em Cristo Ressuscitado. “Fomos criados para a plenitude, para viver com alegria e abundância, como ensina o Evangelho de João”, afirmou, citando o trecho: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (João 10:10).
A esperança que satisfaz a sede do coração
Leo XIV enfatizou que a ressurreição de Jesus é uma fonte de esperança que satisfaz nossa sede de eternidade e plenitude, sendo uma transformação que acontece de dentro para fora na história. “Jesus ressuscitado é o manancial que sacia nossa sede infinita pela plenitude”, explicou.
Ele reforçou que a sede espiritual é uma condição constante do coração humano, e somente Jesus, que morreu e ressurgiu, pode responder às nossas perguntas mais profundas, como “há realmente um destino para nós?” e “qual o sentido do sofrimento?”
O convite à resiliência diante do mal
O Papa destacou ainda que Jesus Ressuscitado não nos oferece respostas “de cima”, mas acompanha-nos na jornada dura e misteriosa da vida. “Ele é o nosso companheiro, capaz de preencher nossa sede quando parece que nada mais pode saciá-la”, afirmou. Leo XIV reforçou que, como criaturas frágeis, somos chamadas a nos levantar após os erros e as quedas, confiando na misericórdia de Deus.
“Errar faz parte da nossa humanidade, mas a esperança é o que nos permite levantar, recomeçar e seguir com fé”, concluiu.