Brasil, 15 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Papa Leo XIV aprova nomeação de novo bispo auxiliar em Xangai

Vaticano confirma a nomeação de padre Ignatius Wu Jianlin como bispo auxiliar de Xangai, firma do acordo Vaticano-China ganha nova etapa

O Papa Leo XIV autorizou oficialmente, nesta quarta-feira (15), a nomeação do padre Ignatius Wu Jianlin como bispo auxiliar de Xangai, após sua consagração realizada hoje na Catedral de Santo Inácio. A decisão foi publicada no Bollettino da Santa Sé, marcando um avanço na relação entre a Igreja e o governo chinês, dentro do marco do Acordo Provisório assinado em 2018.

Nomeação confirmada em meio a delicado contexto diplomático

O Vaticano revelou que o papa aprovou a candidatura de Wu Jianlin em 11 de agosto, uma medida que até então não tinha sido divulgada oficialmente. A nomeação ocorre dentro do entendimento do Acordo Provisório, pelo qual as autoridades chinesas propõem candidatos a episcopados, que depois recebem a aprovação pontifícia. O convênio vem sendo renovado desde 2018 e busca promover o diálogo em um cenário político complexo.

Na época, observadores expressaram preocupação de que Pequim estivesse utilizando o interregno papal para ampliar seu controle sobre a nomeação de bispos. A recente confirmação por parte do Vaticano reforça que o processo tem a aprovação romana, apesar das controvérsias em torno do funcionamento do acordo.

Biografia do novo bispo auxiliar

Ignatius Wu Jianlin, de 55 anos, nasceu em 27 de janeiro de 1970. Ele estudou filosofia e teologia no Seminário de Sheshan, em Xangai, de 1991 a 1996, sendo ordenado sacerdote em 1997. Desde então, atuou em diferentes funções dentro da Igreja local, contribuindo no período de sede vacante de Xangai (2013-2023) e, posteriormente, como vigário geral da diocese.

O papel do acordo Vaticano-China e seus desdobramentos

O Acordo Provisório, inicialmente assinado em 2018 e renovado em 2024 por mais quatro anos, estabelece um sistema de consulta mútua na nomeação de bispos, num esforço de reconciliação entre Igreja e Estado na China. Apesar de seus termos específicos não terem sido totalmente divulgados, o documento simboliza uma tentativa de diálogo diante de um contexto de tensões e suspeitas recíprocas.

Cardinal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, defende o tratado como uma ferramenta de diálogo e esperança, mesmo diante de dificuldades. Em discurso de 11 de outubro, Parolin destacou que o acordo «é uma semente de esperança», que, apesar dos obstáculos, pode promover frutos de longo prazo na evangelização e na comunhão da Igreja no país.

O também cardeal Luis Antonio Tagle reforçou que a Igreja Católica vive a rotina diária de comunidades na China, mesmo que os debates públicos ainda se concentrem nas nomeações episcopais e nas relações diplomáticas. A nomeação de Wu, aprovada pelo papa, mostra um avanço concreto no esforço de reconciliação institucional.

Perspectivas futuras

Espera-se que a nomeação de Wu Jianlin fortaleça a presença da Igreja em Xangai e sirva de catalisador para futuras nomeações e cooperações entre o Vaticano e Pequim. O avanço nesta sua autoridade é visto por analistas como um passo importante na implementação do acordo, que ainda é alvo de controvérsia na comunidade internacional.

O Vaticano anunciou que deverá publicar nas próximas semanas detalhes adicionais sobre o processo, enquanto a China continua a manter um controle rigoroso sobre as atividades religiosas sob sua jurisdição. A continuidade e o aprofundamento do diálogo permanecem como desafios e possibilidades para o futuro.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes