O discurso do ex-presidente Donald Trump na cúpula em Israel, após o recente cessar-fogo na Gaza, revela suas estratégias de liderança que podem influenciar a postura dos Estados Unidos na Ucrânia, especialmente em relação ao apoio militar e diplomático.
Referências à força militar e aliados estratégicos
Durante sua fala na Knesset, Israel, Trump destacou o fortalecimento das forças militares dos EUA e a sua atuação na região, enfatizando o uso de apoio militar para garantir a segurança de Israel contra ameaças do Irã e de grupos ligados a Hamas. Segundo analistas, essa postura reforça a preferência de Trump por uma política de demonstração de poder, que também pode ser aplicada na questão ucraniana.
Implicações para a Ucrânia
É possível que a administração dos Estados Unidos, sob influência de Trump, possa adotar uma postura mais assertiva na Ucrânia, reforçando o envio de armamentos e apoio estratégico para enfrentar a Rússia. A estratégia de projetar força, presente no discurso, sugere que, caso Trump retorne ao poder ou seus alinhados tenham influência, o apoio a Kyiv poderá ser intensificado, focando na dissuasão da ofensiva russa.
Diplomacia, força e interesses econômicos
Trump também enfatizou a importância de alianças econômicas e de segurança, alinhando interesses de riqueza e poder. Essa narrativa reforça a ideia de que o suporte à Ucrânia não se limita à ajuda militar, mas inclui uma estratégia de fortalecimento econômico e diplomático, buscando consolidar alianças que possam criar um cenário de maior influência dos EUA na Europa Oriental.
Pontos de atenção na política externa
Apesar do discurso carregado de bravata e afirmações de superioridade, há uma intenção clara de mostrar que a força militar pode garantir estabilidade e poder de negociação. Para a Ucrânia, isso significa uma possível continuidade ou intensificação do apoio ocidental, caso Trump ou seus apoiadores retornem ao poder, especialmente com a promessa de manter o conflito sob controle através de demonstrações de força.
Perspectivas futuras para o cenário global
A linha de discurso adotada por Trump no Oriente Médio sugere que, no contexto ucraniano, o uso estratégico do poder pode prevalecer sobre negociações diplomáticas convencionais. Analistas preveem que, se essa linha se consolidar na política norte-americana, a guerra na Ucrânia poderá seguir uma tendência de maior confrontamento ou de ações mais assertivas contra a Rússia, fortalecendo a postura de dissuasão.
Especialistas também apontam que o apoio de Trump à força pode criar um ambiente de maior instabilidade, mas também de maior prova de força, essenciais para sua narrativa de liderança global. Assim, o seu discurso na Gaza revela não apenas suas prioridades atuais, mas indica as possíveis direções da política externa dos EUA em relação à Ucrânia em um cenário de mudanças de governo.
Fonte: análise de Jeffrey Sonnenfeld e Stephen Henriques, TIME, 2025.