A cantora, compositora e produtora cultural Naiá Camargo celebra mais uma edição do MBora Fest, um evento que se consolidou como um dos principais encontros da cena independente em São Paulo. O festival, que nasceu em 2017 com um objetivo simples — reunir bandas e artistas para criar novas conexões com o público —, se transformou em um poderoso movimento cultural que vai muito além de sua criadora.
A origem e evolução do MBora Fest
Em um relato emocionado, Naiá reflete sobre o impacto do festival: “Percebi que o festival é muito maior que a carreira da Naiá Camargo. A música une e integra as pessoas com todo amor que cada um tem dentro de si”. Essas palavras revelam a essência do MBora Fest, que começou no extinto Centro Cultural Rio Verde e, ao longo dos anos, foi se solidificando como uma plataforma de valorização da arte periférica e autoral.
A trajetória do festival é marcada pela autonomia e resistência, reunindo artistas que compartilham a mesma essência: autenticidade e verdade. Naiá compartilha sua visão sobre o esforço que envolve a criação de um evento desse porte: “Não há milagres no processo de criação de demanda. O evento é o resultado de um trabalho constante, com muito suor. E, claro, contratos todos assinados”, brinca.
Prioridades e a curadoria da 8ª edição
Para a edição deste ano, a curadoria reflete o compromisso com a periferia e com o empoderamento coletivo. Naiá diz: “Escolhemos artistas que são frutos da quebrada e que se dedicam a fortalecer o corre dos artistas locais. O MC Hariel, por exemplo, tem um estúdio na periferia voltado para o desenvolvimento de novos talentos. Isso é lindo demais!” Essa escolha ressalta a importância de dar voz a músicos que muitas vezes não têm espaço em cenários mais convencionais.
Apesar de o evento ter sido fundado a partir de sua própria carreira, Naiá faz questão de separar sua trajetória artística do festival. “São caminhos independentes. Não voto e nem participo do júri que escolhe os vencedores das categorias ‘Raiz’, ‘Semente’ e ‘MBoraFest 2025’. Me sinto mais confortável assim”, finaliza, demonstrando sua dedicação ao princípio de imparcialidade que rege o festival.
Um olhar para o futuro do MBora Fest
Com passagens já realizadas por Salvador e planos de expansão para o verão europeu em Lisboa, o MBora Fest continua em crescimento e ampliação de suas fronteiras. Naiá explica suas expectativas: “Nada substitui o calor do nosso povo, mas estou cheia de expectativas com esse momento internacional”. Essa visão de internacionalização reflete um desejo de levar a arte brasileira para o mundo, mostrando a força da cultura periférica para um público global.
Agendado para o dia 24 de outubro de 2025, o festival chega à sua 8ª edição celebrando a potência da música feita nas margens. O evento contará com apresentações de artistas influentes como Rappin’ Hood, Tasha & Tracie e MC Hariel, que representam gerações e estilos diversos, mas compartilham a mesma origem periférica e um compromisso com a verdade artística.
Reconhecimento e prêmios
Além dos shows, uma das grandes atrações do festival será a entrega do Prêmio MBora de Música, que valoriza artistas independentes e periféricos. Esta iniciativa reforça o propósito do evento de democratizar o acesso à arte e criar oportunidades tangíveis para que esses artistas ganhem visibilidade e reconhecimento.
Naiá finaliza sua mensagem ressaltando o espírito do festival: “O MBoraFest é um movimento coletivo. É sobre abrir caminhos, dar visibilidade e reafirmar a arte como ferramenta de transformação”. Com essa visão, o MBora Fest não apenas celebra a música, mas também a capacidade da arte de transformar vidas e comunidades.
**Informações do evento:**
MBoraFest
Data: 24 de outubro de 2025 (sexta-feira)
Horário: a partir das 20h
Local: Espaço Usine — Rua Barra Funda, 973 — São Paulo/SP
Ingressos: https://fastix.com.br/events/mbora-fest
Instagram: @mborafest