Brasil, 16 de outubro de 2025
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Motociclista é condenado a 9 anos por atropelamento de triatleta

A condenação segue após acidente que deixou Luisa Baptista em coma e interrompeu sua carreira esportiva.

Em uma decisão marcante, Nayn José Sales foi condenado a 9 anos e 4 meses de prisão em regime fechado, após atropelar a triatleta Luisa Baptista. O julgamento, que ocorreu no Fórum Criminal de São Carlos (SP) na noite de quarta-feira (15), durou mais de 10 horas. A condenação foi baseada na tentativa de homicídio com dolo eventual, que ocorre quando um indivíduo assume o risco de provocar a morte de alguém.

Acidente que mudou vidas

O atropelamento aconteceu em 23 de dezembro de 2023, quando Luisa estava treinando ciclismo no distrito de Santa Eudóxia, em São Carlos. Na ocasião, ela se preparava para as Olimpíadas de 2024. Nayn Sales, que dirigia a motocicleta, invadiu a contramão e colidiu com Luisa na Estrada Municipal Abel Terrugi. O impacto foi devastador, resultando em Luisa indo a coma durante dois meses e passando 167 dias internada em quatro hospitais.

Atualmente, Luisa está em processo de recuperação e admite que a possibilidade de retornar às competições de alto rendimento é incerta, um reflexo da seriedade do acidente e das consequências que ele trouxe para sua carreira esportiva.

A condenação e suas implicações

O Tribunal do Júri considerou que Nayn agiu de forma imprudente durante o acidente. Ele foi visto trafegando na contramão, com apenas quatro horas de sono na noite anterior e sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Essas evidências foram determinantes para caracterizar seu comportamento como dolo eventual.

A defesa do réu argumentou que o atropelamento foi um acidente e não um ato doloso. O advogado Roquelaine Batista dos Santos sustentou que Nayn não tinha a intenção de matar, afirmando que o caso deveria ser tratado como uma lesão corporal culposa, não como homicídio. Em seu depoimento, Nayn afirmou que viajava a cerca de 60 km/h e que não havia ingerido álcool antes de pilotar.

Contudo, mesmo reconhecendo sua imprudência ao tentar ultrapassar outro veículo, ele expressou arrependimento pelo ocorrido.

O depoimento de Luisa Baptista

Durante o julgamento, Luisa prestou um depoimento emocionante, enfatizando a importância do processo judicial não apenas para sua recuperação pessoal, mas também para a luta por leis mais severas que punam a imprudência no trânsito. “Este processo que enfrentamos é um passo importante na busca por justiça e maior responsabilidade por parte dos condutores”, afirmou Luisa, que se mostrou desanimada quanto à possibilidade de representar o Brasil em competições futuras devido às sequelas do acidente.

Repercussão e debate sobre segurança no trânsito

O caso ganhou ampla repercussão nacional, reacendendo discussões sobre a responsabilidade dos motoristas que colocam vidas em risco. Familiares e apoiadores de Luisa destacaram que a condenação de Nayn é um exemplo para outras vítimas de acidentes semelhantes, enfatizando que a justiça deve ser feita para que tragédias como essa não se repitam.

Este incidente é mais um lembrete da necessidade urgente de um debate contínuo sobre segurança no trânsito e a importância de educação para motoristas. O atropelamento de Luisa, uma atleta talentosa e promissora, serve como um doloroso alerta sobre as consequências da imprudência nas estradas.

O caso será acompanhado de perto tanto pela defesa quanto pela acusação, já que a defesa de Nayn José Sales anunciou que entrará com um recurso contra a decisão. A sociedade Brasileira à espera da revisão ou confirmação da condenação, que pode impactar a legislação referente a crimes de trânsito.

A luta de Luisa Baptista não é apenas por sua recuperação, mas também por um trânsito mais seguro para todos, na esperança de que nenhuma outra vida seja interrompida por ações irresponsáveis.

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