Em uma conversa exclusiva, Jeff Kinney compartilhou detalhes sobre a história de seu sucesso “Diário de um Franguinho”, que chega ao seu 20º livro com “Partypooper” em 21 de outubro. O autor revelou como a adolescência moldou a série e a importância de criar personagens que se tornaram referências para várias gerações de leitores.
A escolha pelo ambiente do ensino médio
Questionado sobre por que escolheu o ensino médio como cenário constante, Jeff explicou que cresceu em Maryland e considerava essa fase um espaço de transição, com muita diversidade e turbulência emocional. “Era um lugar onde pareciam esconder as crianças do mundo real até estarem prontas para enfrentar tudo de uma vez”, disse. Ele destaca que esse período oferece forte potencial para humor, com temas como bullying e conflitos pessoais.
Personagens inspirados na própria infância
Jeff revelou que Greg, o protagonista, é uma versão de si mesmo na infância e adolescência. “Greg é cheio de imperfeições, e o humor vem exatamente dessas falhas dele. A ideia de um garoto tentando escrever sua autobiografia em uma fase tão turbulenta é uma sátira inteligente sobre essa idade”, afirmou.
Escrevendo para públicos diferentes
Originalmente, Kinney pensou em seu livro como uma obra de humor para adultos, em uma seção de livrarias que considerava mais acessível. Segundo ele, a surpresa veio ao perceber que havia um público infantil crescente. “Percebi que Greg não é uma personagem aspiracional, é um narrador pouco confiável, o que torna o humor mais sincero e divertido para as crianças, que percebem a ironia”, explicou.
Desafios na formatação das páginas
Com 217 páginas por livro, Jeff revela que montar uma narrativa que encarte exatamente nesse comprimento é como montar um quebra-cabeça. “Hoje, every livro termina na página 217, acho que estou ficando bom nisso, ou talvez tenha muita sorte”, brincou. Quanto às ilustrações, o processo de criação demanda tempo e dedicação.
O processo de ilustração
Jeff conta que as páginas levam de duas a seis horas para ficar prontas, e que revela que passa cerca de 13 horas diárias desenhando por dois meses durante a produção do livro. “A consistência dos personagens é fundamental”, afirmou ele, destacando que dedicou um ano ao desenvolvimento de seu estilo para garantir que cada personagem permanecesse reconhecível ao longo dos anos.
Cenas favoritas e easter eggs
Entre suas ilustrações favoritas, Jeff destaca uma cena de Greg e sua mãe dançando — embora não seja a mais refinada, tem um charme especial para ele. Ele também projeta entusiasmo pela famosa cena da briga de neve em “The Meltdown”, que levou 17 horas para ser desenhada e foi ampliada para uma parede na editora. Além disso, revelou que gosta de incluir pequenos easter eggs ocultos, como na obra “Desistência”, onde muitos detalhes escondem pequenas surpresas.
Novidades e adaptações
O lançamento mais esperado é “Partypooper”, que traz Greg enfrentando a situação de a família esquecer seu aniversário, enquanto tenta conquistar um cartão de troca de coleção. “Foi divertido explorar essa história, que mostra o conflito entre os objetivos do Greg e de sua mãe, com potencial cinematográfico”, comentou Jeff.
Sobre as adaptações para cinema e televisão, ele elogia o talento dos atores e a fidelidade de personagens como Greg e Rowley na versão animada. “Ver meus desenhos ganhando vida foi uma experiência única,” disse.
Favoritos pessoais e reflexões
Quando questionado sobre seus livros prediletos, Jeff cita o primeiro, “Diário de um Franguinho”, por seu valor sentimental, além de “Hot Mess” e “The Long Haul”. Ele ressaltou que, quando começou, nunca imaginou chegar ao vigésimo álbum. “A cada marco, pensei: ‘Preciso chegar ao dez’, e agora estou olhando para o futuro, refletindo sobre o significado de tudo isso”, afirmou.
Mensagem para os leitores jovens
Para Jeff, o maior orgulho vem de ver seus livros incentivando crianças a se tornarem leitores. “A minha esperança é que “Diário de um Franguinho” seja uma porta de entrada para a paixão pela leitura, mesmo em uma época tão dominada por telas”, concluiu. “Enquanto puder escrever boas histórias, vou continuar a criar esses personagens que representam uma promessa de constância na vida das crianças.”