A Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo estão investigando o caso de Elizabete Arrabaça, de 68 anos, que foi indiciada pelo homicídio de sua filha e é acusada de ter cometido crimes em série, caracterizando-se como uma serial killer. As autoridades dizem que os crimes, envolvendo o envenenamento de duas mulheres da sua família, têm indícios de uma mente psicopata que age sem remorso.
A caracterização de uma serial killer
O promotor de Justiça Marcus Túlio Nicolino afirmou que, com as provas reunidas, Elizabete pode ser considerada uma assassina em série. “Existem dois homicídios atribuídos a ela que nós temos provas suficientes, há outros sendo investigados”, ressaltou. Os assassinatos ocorreram em fevereiro e março deste ano, respectivamente em Pontal e Ribeirão Preto, ambas cidades do interior paulista. As vítimas foram envenenadas com chumbinho, uma substância bastante tóxica e utilizada em venenos caseiros.
O delegado Fernando Bravo corroborou a caracterização de Elizabete como uma serial killer, destacando a natureza dos crimes e o comportamento da acusada. “É o modo que ela vem envenenando, o número de casos, são quatro investigações, então, no nosso entender, sim”, afirmou. A prisão de Elizabete ocorreu em maio, e, desde então, ela permanece detida, tendo sido transferida para a Penitenciária de Tremembé por questões de segurança.
As vítimas e o modus operandi
Larissa Rodrigues: a nora assassinada
Larissa Rodrigues, a nora de Elizabete, foi encontrada morta em 22 de março de 2023. A princípio, o caso foi investigado como uma morte suspeita, mas o laudo toxicológico revelou a presença de chumbinho no corpo da professora de 37 anos. A polícia descobriu que Larissa havia se tornado alvo de um plano que visava impedi-la de partilhar bens em caso de divórcio do marido, o médico Luiz Antonio Garnica, que estava tendo um relacionamento extraconjugal.
A acusação aponta que o filho de Elizabete, Luiz Antonio, participou ativamente do crime. Ele teria procurado sua mãe em várias ocasiões para receber a sopa envenenada que seria oferecida à esposa, além de medicá-la com substâncias sem o seu conhecimento. O crime foi descrito como feminicídio triplamente qualificado, envolvendo motivos torpes e meios cruéis.
Nathália Garnica: a filha também vítima
Nathália Garnica, filha de Elizabete, foi a segunda vítima, encontrada morta em 9 de fevereiro de 2023. Inicialmente, sua morte não levantou suspeitas até que a polícia começou a investigar o caso de Larissa e notou a proximidade das datas das mortes. O corpo de Nathália foi exumado, e o laudo toxicológico confirmou que ela também morreu envenenada por chumbinho. O motivo, segundo as investigações, seria a herança, já que Nathália era solteira e sua mãe tinha interesses financeiros sobre ela.
A perspectiva jurídica e os próximos passos
O promotor Nicolino destacou que, embora a terminologia “serial killer” não tenha peso jurídico, o comportamento de Elizabete pode influenciar o júri caso o caso chegue a julgamento. As características de uma mente criminosa, como a premeditação e a ausência de remorso, são fatores que devem ser considerados. Elizabete e Luiz Antonio estão sendo acusados de crimes graves, e a insustentabilidade da defesa poderá levar a uma condenação severa.
Impacto na comunidade e reflexões sobre a violência familiar
Os crimes cometidos por Elizabete Arrabaça levantam questões profundas sobre a violência familiar e as motivações que levam indivíduos a cometer atos extremos contra seus próprios entes queridos. O caso chocou a comunidade local, e ouvindo as vozes de amigos e familiares das vítimas, é possível perceber a dor e o trauma que essa tragédia trouxe. O apelo pela justiça e pelo entendimento dos fatores que geram violência dentro de casa é um tema que precisa ser debatido amplamente.
À medida que a investigação avança e os detalhes dos crimes são revelados, a sociedade observa atenta às consequências desses atos monstruosos e espera que a justiça seja feita para que tais tragédias não se repitam.